sábado, 21 de agosto de 2010

SANEAMENTO

O saneamento básico está na história da humanidade e muitas vezes é decisivo para sua sobrevivência. Até na bíblia há dicas sobre saneamento, quando Moisés perambulou pelo deserto por mais de 40 anos, os hebreus tiveram que adotar medidas sanitárias para prevenir doenças em acampamentos. Enquanto Londres era um esgoto a céu aberto no século XV, na mesma época cidades Incas já possuíam canais que transportavam água a poderosas cisternas, para que fosse enfim armazenada sem desperdícios.

Uma pesquisa divulgada ontem pelo IBGE mostrou que ainda precisamos avançar muito na questão do saneamento básico. Mas antes é preciso explicar o seguinte. O que é saneamento básico? Vamos recapitular com o exemplo de uma rotina diária básica do brasileiro: Nos acordamos, fazemos nossas necessidades fisiológicas, tomamos banho, realizamos nossa primeira refeição do dia, jogamos o que sobrou no lixo, e vamos trabalhar. Em menos de 2 horas precisamos ter acesso a água encanada, tratamento de esgoto e coleta de lixo.

Então quando se fala em saneamento é preciso explicar que envolve, abastecimento de água potavel, o manejo de água pluvial, coleta e tratamento de esgoto, coleta de lixo, manejo do lixo e resíduos sólidos e controle de pragas ou agentes patogênicos. Então são várias ações que formam um conjunto de medidas sanitárias cujo o objetivo é cuidar da saúde da população. O que o IBGE através da PNSB (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico) divulgou ontem, 20, foi o retrato do saneamento no Brasil. Os dados são preocupantes:

- 50,8% dos municípios brasileiros despejam resíduos em lixões a céu aberto. (Quando o correto seria utilizar aterros sanitários já que nos lixões os resíduos geram elementos químicos altamente tóxicos).
- 18% da população, vive em cidades sem nenhum tipo de rede coletora de esgoto.
- Apenas 44% dos domicílios têm acesso à rede geral.
- O País tem hoje 32,2 milhões de casas sem acesso à geral de esgoto.
- Uma pesquisa divulgada em julho pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelou que apenas 50,6% da população que vive em áreas urbanas no país têm acesso a redes de esgoto, e somente 34,6% do volume de esgoto coletado no Brasil recebem tratamento.
- Já para o IBGE apenas 28,5% da cidades brasileiras tratam o esgoto coletado.

E como estamos, nós mineiros, nessa situação? Um levantamento feito pela Fundação João Pinheiro, em parceria com o Banco Mundial, entre junho e novembro de 2009 revelou que 45% da população do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha não têm acesso à rede coletora de esgoto ou pluvial. No Mucuri e Jequitinhonha 92% da população não tem sequer água canalizada. A pesquisa do IBGE mostrou que em Minas Gerais mais de 30% dos domicílios não são atendidos por rede geral de esgoto, ou seja, estamos na mesma que o restante do Brasil: precisando avançar e resolver de vez a distribuição dos recursos naturais e medidas sanitárias para preservar a vida das pessoas. Essa também é minha luta.




Gilson

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