sábado, 23 de maio de 2009

S.O.S. Trabalhador

S.O.S. Trabalhador

Gilson Reis-
Vermelho
O mundo do trabalho pede socorro, sobretudo os trabalhadores, que são vitimas em escala, cada dia mais ascendente, de acidentes e mortes nos locais de trabalho. Pelo menos três questões estruturais da “moderna” acumulação capitalista, podem ser apontados com responsáveis diretos pela triste estatística acumulada pelo capital contra os trabalhadores: O toyotismo, a terceirização e a carterização.

O laboratório de técnica administrativa e gerencial nas cadeias de produção, desenvolvidos no Japão a partir da segunda guerra mundial, permitiu ao capitalismo aumentar ainda mais, a já intensa exploração do trabalho, até então, aplicado em larga escala nos principais centros produtivos do planeta: o fordismo/taylorismo.

O toyotismo desde o inicio, foi identificado como uma técnica que permitiu ao capital apropriar de forma intensa de todo o período “de trabalho morto” na cadeia produtiva. Ao impor esta nova técnica gerencial, o setor produtivo ganhou a consciência de parte dos trabalhadores com uma falsa argumentação que a nova técnica possibilitaria ao trabalhador uma participação mais ativa no processo produtivo, pois o “o homem boi”, da técnica Fordista /Taylorista, seria substituído pelo trabalhador moderno, participativo e tecnicamente mais preparado.

Entretanto, o que ocorreu em todos os setores produtivos: comercio, industria e serviços; foi a extração da mais valia absoluta deste trabalhador polivalente, extasiado, e estressado, fundindo-o com trabalhadores terceirizados e temporários. Nas empresas, a aplicação de mão de obra terceirizada aumenta em proporção geométrica e em muitos casos o numero de trabalhadores nestas condições são superiores aos diretamente contatados. A somatória desta conta é mais exploração, mais acidentes e mais sofrimento.

Quando adicionamos a esta conta, a política neoliberal, de redução do Estado, de redução de custos operacionais, principalmente do trabalho, como forma de vencer as disputas concorrências intracartéis, da ausência de estruturas estatais que fiscalizem as normas técnicas e os direitos os trabalhistas, temos uma multiplicação absurda de perdas humanas e de seqüelas físicas e psíquicas que os trabalhadores carregarão por toda a vida!

O que estamos vendo nos últimos dias, com mais repercussão devido ao acidente do metro de São Paulo é uma constatação diária de como a vida do trabalhador perdeu todo o sentido e o que fica é a necessidade crescente de mais lucro, de mais exploração e de menos estado. A sete vitimas do metro paulista, as três mortes dos trabalhadores da soeicom em Vespasiano/MG, as permanentes mortes de trabalhadores da Petrobrás, das centenas de mortes de motoqueiros, do estúpido índice de mortes de trabalhadores da construção civil, operários da industria metalúrgica, de caminhoneiros, enfim de trabalhadores de todas as áreas de serviço, que nos últimos anos, matou mais pessoas que a guerra do Iraque e do Afeganistão juntas.

[Artigo tirado do 'Diário Vermelho' do Brasil, 29 de xaneiro de 2007]


http://www.galizacig.com/actualidade/200702/vermelho_sos_trabalhador.htm

O movimento sindical, os trabalhadores, os governantes, os partidos, os homens e mulheres de bem deste país precisam urgentemente sair desta condição de passividades diante da barbárie capitalista e exigir que a vida humana seja minimamente respeitada e protegida que o Estado seja novamente colocado na condição técnica e política de exigir de todos os setores produtivos e inclusive do próprio Estado que sejam observados e aplicadas às normas e as técnicas que visa garantir a vida humana.

(Ilustración: “Portrait of a Textile Worker” ©Terese Agnew, 2005).

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