sábado, 23 de maio de 2009

Jair Meneguelli e Gilson Reis debatem política e relações sindicais



Debate, polêmica — muita polêmica — entusiasmo e intensa participação dos alunos. Este foi o clima da terceira palestra do programa “Conexão, Conhecimento e Mercado”, que recebeu o ex-sindicalista e deputado federal Jair Meneguelli, atual coordenador-geral do Fórum Nacional do Sistema S, por indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.O encontro se deu neste dia 23, às 19h, no auditório do Campus Juscelino Kubitscheck, do Centro Universitário Newton Paiva, na Avenida Carlos Luz, 220.Com presença maciça dos alunos dos cursos de Direito e Administração, a palestra teve momentos acalorados, mas, apesar disso, o que prevaleceu foi um debate rico e produtivo entre platéia e convidados.

O pró-reitor Sudário Papa Filho (mediador); o reitor do Centro Universitário Newton Paiva, professor Luis Carlos de Souza Vieira; Jair Meneguelli; o presidente do Sindicato dos Professores de Instituições Privadas (SINPRO), Gilson Reis, e o pró-reitor de planejamento, Eduardo EterovickNo início do evento, o professor Luis Carlos de Souza Vieira reiterou que a instituição está aberta a sugestões dos alunos, pelo canal “Conversa com o reitor”, quanto às futuras palestras. Quando anunciou o nome do próximo palestrante — Jackson Schneider, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) —, ele mais uma vez enfatizou que o programa “Conexão, Conhecimento e Mercado” é, antes de tudo, “uma iniciativa democrática, para estimular o debate, com participação de pessoas de diversas tendências — pois este deve ser o papel de um centro universitário”.

Jair Meneguelli, coordenador-geral do Fórum Nacional do Sistema S, e o professor Luis Carlos de Souza Vieira, reitor do Centro Universitário Newton Paiva
Antes de Meneguelli discursar, o reitor fez uma breve apresentação do convidado, por meio de uma seqüência de fotos que mostraram momentos da luta sindical nos anos em que o país esteve sob a ditadura militar. Personagens históricas — do presidente Lula ao senador Antônio Carlos Magalhães — ilustram um pouco da trajetória do ex-sindicalista. “Observaremos hoje parte da história do Brasil”, declarou o reitor, pouco antes de chamar ao palco o palestrante.Todos a postos, Meneguelli, de forma objetiva, falou de seus tempos de sindicalista. Contou que, até tomar posse como presidente do sindicato de São Bernardo, “não entendia nada sobre política e também não costumava ler nenhum livro”. O ex-sindicalista, que hoje se autodenomina “Jairzinho paz e amor”, pois já não se acredita tão efervescente como em seus tempos de atuação sindical, lembrou alguns dos momentos mais dramáticos de sua carreira, quando, em plena ditadura militar, foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional, por ter se referido ao general João Batista Figueiredo, então presidente da República, como “canalha”. Mesmo nesses momentos, narrados com muita emoção, Meneguelli se mostrou descontraído e bem humorado.
POLÊMICANo entanto, Meneguelli fez pesadas restrições ao movimento sindicalista de hoje. O imposto sindical — verba que o governo repassa aos sindicatos — foi o principal alvo de suas críticas. Ele rotulou o imposto como “uma domesticação da força sindical”. Em sua opinião, essa prática contribui para a banalização dos sindicatos, pois “se torna um meio de vida dos diretores, que se esquecem de lutar pelos trabalhadores”.
O imposto sindical foi justamente o tema que elevou a temperatura do debate, pois foi ardorosamente defendido pelo sindicalista Gilson Reis, presidente do Sindicato dos Professores de Instituições Privadas. “Ele é fundamental para a sobrevivência dos sindicatos”, argumentou Reis.




No debate com os alunos, ao mesmo tempo em que defendeu uma urgente atualização da CLT — “ela é dos tempos do Mussolini!” —, Meneguelli também insistiu na necessidade de rever as relações entre o Estado e os trabalhadores, rebatendo as críticas dos que acusavam, de forma veemente, o governo Lula de, neste momento da crise econômica, “distribuir dinheiro para empresas privadas, em vez de priorizar outros investimentos”. — Mas, se não fosse a intervenção do Estado, teríamos mais demissões, afirmou Meneguelli.

O debate foi acompanhado com muito interesse pelo público universitário“Emocionante!” — foi assim que a aluna do 4° período de Negócios Internacionais, Paola Dias Braga, 20 anos, definiu a palestra. Segundo ela, foi muito importante conhecer mais sobre as forças sindicais do país. O pró-reitor acadêmico, Sudário Papa Filho ressaltou a importância do encontro quando destacou a necessidade de os jovens se interessarem pelo debate político. Para o pró-reitor de planejamento, Eduardo Eterovick, “a intenção da palestra foi trazer a realidade política para os estudantes e isso foi conseguido”.



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