Gilson Reis, presidente do Sinpro, diz que orienta que os professores não voltem ao trabalho até que tudo esteja acertado.
O início do ano letivo começa em meio a um cenário de incertezas em pelo menos sete universidades particulares de Minas Gerais. A possibilidade de greve dos professores, que estão com salários atrasados, ronda essas instituições, podendo afetar cerca de 31 mil estudantes. De acordo com o presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro), Gilson Reis, cerca de 3.000 professores estão sem receber os vencimentos, inclusive o 13°. "Estamos orientando esses profissionais a não voltarem para a sala de aula se os pagamentos dos salários atrasados não forem feitos", afirma. As instituições irregulares, segundo o Sinpro, são o Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), Universidade do Vale do Rio Doce (Unincor), Infórium, Izabela Hendrix, Faculdade Promove, Unipac e Centro Integrado de Moda (Cimo). No UNI-BH, alunos receberam comunicado informando o adiamento, em uma semana, do início das aulas. O sindicato informou que os docentes da instituição já teriam acertado a greve a partir de segunda-feira. Francisco José Fogaça, diretor-executivo da Fundação Cultural de Belo Horizonte (Fundac), mantenedora da faculdade, informou que, em outubro do ano passado, foi criada uma comissão para acompanhar o fluxo de caixa da instituição. Ficou acordado que 80% do valor seria utilizado para pagar vencimentos atrasados.
Cerca de 31 mil estudantes de MG podem ser afetados por paralisações
por Carolina Coutinho
O início do ano letivo começa em meio a um cenário de incertezas em pelo menos sete universidades particulares de Minas Gerais. A possibilidade de greve dos professores, que estão com salários atrasados, ronda essas instituições, podendo afetar cerca de 31 mil estudantes. De acordo com o presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro), Gilson Reis, cerca de 3.000 professores estão sem receber os vencimentos, inclusive o 13°. "Estamos orientando esses profissionais a não voltarem para a sala de aula se os pagamentos dos salários atrasados não forem feitos", afirma. As instituições irregulares, segundo o Sinpro, são o Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), Universidade do Vale do Rio Doce (Unincor), Infórium, Izabela Hendrix, Faculdade Promove, Unipac e Centro Integrado de Moda (Cimo). No UNI-BH, alunos receberam comunicado informando o adiamento, em uma semana, do início das aulas. O sindicato informou que os docentes da instituição já teriam acertado a greve a partir de segunda-feira. Francisco José Fogaça, diretor-executivo da Fundação Cultural de Belo Horizonte (Fundac), mantenedora da faculdade, informou que, em outubro do ano passado, foi criada uma comissão para acompanhar o fluxo de caixa da instituição. Ficou acordado que 80% do valor seria utilizado para pagar vencimentos atrasados.
Outra medida seria a venda de um prédio em construção no bairro Buritis. Sobre a greve, Fogaça afirmou desconhecer o movimento e que as aulas começam normalmente. (Veja situação de todas as instituições citadas pelo Sinpro ao lado). O especialista em educação superior da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Abílio Baeta Neves, atribui o problema a uma série de fatores. Entre eles, o modo como se deu a expansão do ensino privado, com a abertura de instituições e o aumento acelerado no número de vagas. De acordo com Neves, a ampliação da concorrência padronizou e barateou o ensino e o processo pegou muitas instituições mais tradicionais desprevenidas, pois acirrou as faixas de mensalidade. "Há curso com mensalidades de R$ 200, mais baratos que no ensino médio e fundamental", afirma. A má gestão também seria outro fator que contribuiu para o quadro.
"Muitas têm um problema de descontrole na expansão, de investimentos paralelos sem retorno, que oneraram a base fundamental de financiamento, que é a cobrança de mensalidades", diz Neves. Ainda conforme o especialista, a crise econômica tende a piorar a situação. "De um modo geral, há uma retração da procura por ensino privado. Muitas universidades fazem mais de um vestibular para preencher as vagas." Ciente da falta de pagamento dos salários dos professores, o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Ulysses Panisset, afirma que as faculdades alegam muitos problemas de inadimplência por parte dos estudantes. "Sabemos como é difícil gerir as instituições. Nosso interesse é que haja entendimento", afirmou.
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