O anúncio da venda do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH) foi feito nesta segunda-feira (16)
Um grupo formado por mais de 300 estudantes entoavam as palavras de ordem "Não vendo, não venderia, Educação não é mercadoria", nesta terça-feira (17), em protesto contra a venda do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH) para o grupo paulista Anima Educação.
Os alunos ocuparam a rua em frente a entrada principal do campus Estoril. Em seguida o grupo caminhou em passeata até a porta da reitoria reivindicando uma reunião entre o grupo Anima, a reitoria, a fundação mantenedora e estudantes.
Segundo o presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG) Diogo Santos, a reitoria propôs receber uma pequena comissão de estudantes. "Rejeitamos a proposta e após muita pressão conseguimos ser recebidos em um auditório. Fizemos perguntas e apresentamos nossas reivindicações. Após o pronunciamento do grupo Anima, da reitoria e da fundação mantenedora a impressão que ficou é que muito pouco foi respondido", relatou Diogo.
Os estudantes querem garantir a qualidade dos cursos, a manutenção de professores mestres e doutores, investimentos em pesquisa e extensão, além da continuidade das bolsas de estudos.
Os alunos também reivindicam a ampliação da democracia interna da instituição como aponta a presidente do Diretório Acadêmico de Comunicação do UniBH Denise Gabriela.
"Queremos eleição direta para reitor, participação dos estudantes no conselho consultivo da matenedora e paridade nos conselhos e colegiados da UniBH. Queremos ampliar a democracia para evitar que as decisões sobre os rumos da instituição possa ser tomadas sem a participação da comunidade acadêmica".
Professores entraram em greveOs professores do Uni-BH estão em greve por tempo indeterminado, desde terça-feira (17). A decisão foi tomada em uma assembleia, para discutir os problemas financeiros da instituição e sua venda.
Em nota à imprensa, o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas) informou que os docentes exigem explicações do Ministério Público sobre a negociação de venda, uma proposta concreta de pagamento dos salários em atraso, a regularização do passivo trabalhista, a garantia de emprego por 12 meses e a manutenção das bolsas de estudo. Os professores já marcaram uma nova reunião para a quinta-feira após o carnaval para discutir se a greve será mantida.
Vendida!A venda foi anunciada na manhã de segunda-feira (16), durante o primeiro dia do semestre letivo. Agora o Uni-BH faz parte do mesmo grupo controlador do Centro Universitário UNA, com unidades em BH e Contagem, e da Universidade Monte Serrat (Unimonte), de Santos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-Minas), Gilson Reis, o Uni-BH tem uma dívida aproximada de R$ 50 milhões e um patrimônio nove vezes maior, o que, segundo ele, não justifica a venda. Outra questão que o sindicato levanta é em relação ao caráter de fundação que o centro universitário tem e que impossibilitaria legalmente a negociação.
O Uni-BH foi criado em 1964 pela Fundação Cultural de Belo Horizonte (Fundac-BH) e hoje tem 15 mil alunos e campi nos bairros Estoril, Lourdes e Lagoinha.Da RedaçãoPortal Globo Minas
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