Pouca gente sabe quem foi Rodolfo de Carvalho Troiano em Belo Horizonte, apesar da capital mineira e a capital paulista possuírem uma rua com o nome do militante do PCdoB, vítima da ditadura na década de 70.
Rodolfo Troiano |
Natural de Juiz de Fora, 1950, Rodolfo, também conhecido por Mané ou Manoel do "A" por ser combatente do Destacamento A - Helenira Resende - do movimento guerrilheiro. Foi preso, por sua militância no movimento estudantil, na cidade de Rubim e, posteriormente, transferido para o presídio de Linhares, em Juiz de Fora, de onde saiu no final de 1971. Mais tarde Rodolfo se juntou ao grupo que seguiu para a região do Araguaia, para começar uma revolução socialista no Brasil.
Guerrilha do Araguaia foi um movimento revolucionário criado pelo PCdoB no final da década de 60 e início de 70 cujo objetivo era fomentar uma revolução socialista baseada nas experiências vitoriosas da Revolução Cubana e da Revolução Chinesa. O rio Araguaia, que nasce em Goiás e cortas o Tocantins, foi palco das operações de combate entre os revolucionários e o exército da ditadura. O grupo era composto por cerca de oitenta combatentes, entre ex-estudantes universitários e profissionais liberais. A grande maioria dos foi morta em combate na selva ou executada após sua prisão pelos militares, durante as operações finais, em 1973 e 1974. Mais de cinquenta deles, entre eles Rodolfo, são considerados desaparecidos políticos. Mas a história pode ter um capitulo final nos próximos dias. Esta semana a Policia Federal coletou amostras de irmãos do militante do PCdoB para serem analisadas e confirmar se entre as ossadas encontradas em março deste ano na região do Taboão, município de Brejo Grande do Araguaia (PA), estão os restos mortais de Rodolfo Troiano. O resultado deve sair em duas semanas e a família aguarda ansiosamente para por fim em uma angustia de mais de 36 anos.
É muito importante ressaltar que somente no governo Lula a morte de vários militantes foi reconhecida. Encontrar os restos mortais é um direito das famílias e também da sociedade que precisa saber a história do seu país e daqueles que lutaram por mudanças profundas na sociedade.
Gilson Reis
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