O Estado de Minas apresentou esta semana uma pesquisa sobre o que pensam os jovens de 18 a 24 anos em Minas. A pesquisa foi realizada pela UFMG. Sobre a política os jovens manifestam a mesma tendência da maioria da população: acham que a motivação de um candidato a concorrer por um mandato é para obter poder e influência por meio do cargo. Não os culpo por este pensamento já que só vemos noticias deste tipo na política ultimamente. Os jornais e veículos só retratam escandâlos.
Sobre os temas que mais preocupam essa parcela da população um fato me chamou atenção: a educação apareceu em 5° lugar. Comecei a pensar, mas porque justamente na idade em que escolhem uma profissão, entra ou sai das universidades e a qualificação é determinante para ingressar no mercado de trabalho, a preocupação com a educação ficou justamente nessa posição? Outros dados interessantes são relacionados à solução dos problemas políticos/econômicos do Brasil. 22% deseja a dissolução do congresso ao passo que 30,6% preferem a extinção de partidos e quase o mesmo percentual deseja o controle dos meios de comunicação, um detalhe importante: mais de 80% dos jovens sequer participaram de alguma ONG, associação, sindicatos ou movimentos sociais que lhes dessem algum tipo de experiência política.
Quer dizer que parte da nossa juventude são ignorantes e fascistas? Não exatamente. Quer dizer que a educação e toda nossa estrutura social os mantêm assim: afastados do mundo onde as decisões afetam muitos mais do que a mais nova banda pop do momento. Quando li a pesquisa fiquei triste no primeiro momento. Lembrei da minha própria juventude e de muitos companheiros que participaram ativamente da vida política do país. Agora refletindo eu vejo que temos que resgatar nossa juventude. Eu acredito na juventude e na sua determinação em transformar o mundo.
É preciso ajudar a juventude a refletir e se tornarem protagonistas em um regime democrático. É preciso formar cidadãos que herdarão um país e enfrentarão os problemas da pós-modernidade e que estes mesmos jovens cuidem para que seus herdeiros façam o mesmo. Que entendam e vivam conceitos como democracia e direitos sociais. É inadmissível viver pensando somente em nossas próprias convicções onde a solução é quase sempre “exterminar” o outro. Conheço muitos jovens que atuam em movimentos sociais, militam em partidos e ONGs, que possuem outras vivências. Quero parabenizar todos eles pela força, pelo apoio e por acreditar e também agir por um mundo melhor. Parabéns juventude!
Gilson Reis
Ps: vejam dados da pesquisa abaixo:
Fonte: Estado de Minas
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