quarta-feira, 25 de abril de 2012

Trabalhadores da educação precisam de ganho real

Em 2012, muitos trabalhadores lutam para recuperar as perdas salariais do último período e pela conquista de ganhos reais, ou seja, aumentos acima da inflação. Para avançar na conquista de direitos, este ano, os trabalhadores em estabelecimentos de ensino e os professores da rede privada decidiram fazem uma campanha conjunta. Esse fato muda conceito da campanha, pois vamos reivindicar melhores condições para um ramo inteiro de atividade. No nosso caso a atividade de educação no setor privado.

Uma questão importante é em relação à valorização dos profissionais, principalmente no tocante ao ganho real nos salários. Os salários dos auxiliares e professores estão muito rebaixados e nós acreditamos que para melhorar a qualidade da educação é preciso, fundamentalmente, elevar os salários e melhorar as condições de trabalho desses profissionais.

Um outro ponto relevante nas discussões, este ano, é a campanha “Tem algo de errado no ensino privado, desenvolvida pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Contee), e que pretende perceber problemas e discutir ações sobre vários pontos relativos ao ensino privado. Existem muitas questões que nos afligem, tais como a crescente mercantilização e financeirização do setor, precarização do trabalho e, conseqüente, destruição da qualidade da educação.

Para mudar esse quadro, entendemos que a sociedade, juntamente com os auxiliares e professores, deve assumir a responsabilidade de debater o tipo de educação que vem sendo adotada no ensino privado. Sendo assim, é muito importante frisar a união entre o Sinpro Minas e o Saae-MG nesta campanha em defesa dos direitos dos trabalhadores. Precisamos resgatar a dignidade, os direitos e criar políticas de valorização desses profissionais. Pretendemos alcançar êxito nas nossas pautas, com o apoio das categorias.

Ganho real

As escolas aumentaram em média 12% as suas mensalidades, o setor privado está em um processo de expansão, com o aumento do número de alunos. O Brasil tem meta de crescimento em torno de 5% este ano. Além disso, estamos em um processo de crescimento da economia nacional, portanto as escolas não passam por nenhuma crise. O único caminho que podemos seguir é o da valorização os profissionais. Isso deve ser feito também através  da transferência de parte do lucro para os trabalhadores.

O reajuste deve ser de 10%, no mínimo. Não dá para pensar em menos do que isso. As nossas reivindicações são consistentes e devemos vincular os salários ao crescimento do PIB, porque o que percebemos é o achatamento do salário em relação ao salário mínimo. Existe uma política de expansão do salário mínimo e uma certa contenção dos salários das demais categorias profissionais.

Piso salarial

No caso dos auxiliares de administração escolar, a diferenciação dos pisos é uma outra fonte de debate. Esse entendimento abre uma grande possibilidade para o aumento da rotatividade de funcionários nas escolas particulares. Além disso, o salário é muito baixo e se aproxima a cada dia do salário mínimo. Eu acredito que dentro de dois anos o salário mínimo possa chegar a R$ 800,00.

Como não existe um acompanhamento do reajuste do salário mínimo, os auxiliares são precarizados. Esse é mais um motivo que nos mostra a necessidade de resgatar o princípio do reajuste baseado no PIB mais o INPC e penso que o problema não é apenas dos níveis de piso que temos hoje, mas, da falta de uma política de cargos e salários que supere esse problema e eleve os rendimentos dos trabalhadores.   

Gilson Reis - Presidente do Sinpro Minas e da CTB Minas





 

Um comentário:

  1. Ganho real deve ser um tema também para a educação pública. Em Poços de Caldas estamos pressionando a rede municipal, com um grupo de professores em conjunto com o sindicato. Nossa última assembleia tinha quase mil trabalhadores e o que temos apresentado em termo de política para valorização do professor bebemos do Sinpro Minas. Em breve faremos um seminário e deve ser convidado palestrantes da CNTE e da Contee. Professores do Brasil, pressionemos governos e instituições de ensino para valorização com ganho real - salário digno.

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