segunda-feira, 2 de abril de 2012

Fidel Castro: O mundo maravilhoso do capitalismo



A busca da verdade política sempre será uma tarefa dura, mesmo em nossos tempos, quando a ciência pôs em nossas mãos um grande número de conhecimentos. Um dos mais importantes foi conhecer e estudar o fabuloso poder da energia contida na matéria.

Por Fidel Castro

O descobridor dessa energia e seu possível emprego foi um homem pacífico e bonachão que, apesar de seu repúdio à violência e à guerra, solicitou seu desenvolvimento aos Estados Unidos, então presidido por Franklin D. Roosevelt, de conhecida posição antifascista, líder de um país capitalista em profunda crise, que tinha contribuído para salvar com fortes medidas que mereceram o ódio da extrema direita de sua própria classe.Hoje esse Estado impõe ao mundo a mais brutal e perigosa tirania que nossa frágil espécie já conheceu.

Os despachos procedentes dos Estados Unidos e seus aliados da Otan se referem aos crimes cometidos por eles e seus cúmplices. As cidades mais importantes dos Estados Unidos e da Europa refletem constantes batalhas campais entre os manifestantes e a polícia bem treinada e alimentada, com carros blindados e escafandros, distribuindo golpes, pontapés e gases contra mulheres e homens, torcendo mãos e pescoços de jovens e velhos, mostrando ao mundo as covardes ações que são cometidas contra os direitos e a vida dos cidadãos de seus próprios países.

Até quando podem durar semelhantes barbaridades?



Para não ser extenso, já que estas tragédias irão sendo apresentadas cada vez mais pela televisão e a imprensa em geral, e serão como o pão que a cada dia se nega aos que menos têm, citarei o despacho recebido hoje, de uma importante agência de notícias ocidental:“Boa parte das costas japonesas do Pacífico poderiam ficar inundadas por uma onda gigantesca superior a 34 metros se se produzisse um terremoto poderoso, segundo os cálculos revisados de um painel do governo. Qualquer tsunami desencadeado por um terremoto de magnitude 9 na depressão de Nankai, que vai desde a principal ilha japonesa de Honshu até a ilha sulista de Kyushu, poderia alcançar os 34 metros de altura, assinalou o comitê. Um cálculo anterior em 2003 estimava que a altura máxima de tal onda seria inferior aos 20 metros. A usina de Fukushima tinha sido projetada para resistir a um tsunami de 6 metros, menos da metade da altura da onda que a impactou em 11 de março de 2011.”

Mas não há razões para preocupação. Outro despacho, datado 30 de março, pode nos tranquilizar. Procede de um meio realmente bem informado. Sintetizarei em breves palavras: “Se você fosse jogador de futebol, xeique árabe ou executivo de uma grande multinacional, que tipo de tecnología lhe faria suspirar? Recentemente, umas conhecidas lojas de luxo em Londres inauguraram uma seção inteira dedicada a amantes da tecnologia com carteiras abarrotadas. Televisores de um milhão de dólares, câmeras de vídeo Ferrari e submarinos individuais são alguns dos fetiches para fazer as delícias do milionário. O televisor de um milhão de dólares é a joia da coroa. No caso da Apple, a empresa se compromete a entregar seus novos produtos no mesmo dia do lançamento no mercado. Imaginemos que saimos de nossa mansão e já estamos cansados de rondar por aí com nosso iate, limousine, helicóptero ou jet. Ainda nos resta a opção de comprar um submarino individual ou para duas pessoas.”

A oferta prossegue com celulares com capa de aço inoxidável, processador de 1,2 Gigahertz e 8 Gigas de memória, tecnologia NFC para realizar pagamentos através do celular, câmera de vídeo de marca Ferrari.

É verdade, compatriotas, que o capitalismo é uma coisa maravilhosa! Talvez nós sejamos culpados de que cada cidadão não tenha um submarino particular na praia. Foram eles e não eu quem misturou no mesmo saco os xeiques árabes e os executivos das grandes transnacionais com os jogadores de futebol. Pelo menos estes últimos entretêm milhões de pessoas e não são inimigos de Cuba. Devo esclarecê-lo.

Fidel Castro Ruz, 1º de abril de 2012, às 20h35

Fonte: Cubadebate

Tradução da Redação do Vermelho

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