Mudança na política econômica. Essa foi a tônica dos discursos de sindicalistas e empresários no grande ato do movimento "Grito de Alerta em defesa da produção e do emprego", realizado em São Paulo com a participação de 90 mil pessoas.
Realizada em frente à Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), a manifestação compõe um calendário nacional de atividades que ainda passa por Manaus, Minas Gerais, Bahia, Ceará e Brasília, que fecha o ciclo.
“A construção desse movimento é importante para a nação como um todo, pois o que está representado aqui é o setor produtivo unido por um novo projeto de desenvolvimento para o país que reduza a taxa de juros e controle o câmbio para termos uma indústria forte com empregos valorizados”, destacou o dirigente da CTB e deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS).
Wagner, Assis Melo, Paulinho e Moysés Leme comemoram sucesso do ato
Unidade em prol de avanços para o país
O movimento Grito de Alerta contra a desindustrialização, promovido pelas centrais sindicais, confederações, federações, sindicatos, desta vez traz uma novidade: a adesão massiva do setor produtivo, preocupado com a falta de investimento na indústria nacional e a falta de competitividade, consequência da concorrência desleal com o mercado externo.
“É uma união histórica, entre trabalhadores, sindicalistas e empresários pelo mesmo ideal: o crescimento do país. Quando os políticos constatarem que estamos juntos por uma única causa, tenho certeza de que nosso grito de alerta será ouvido. Temos que estar juntos, sim, em favor dessa proposta para um país mais justo”, afirmou Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Para presidente da Abimaq união é histórica
Opinião compartilhada pelo vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana. "Este é um ato que representa um marco, algo que por sua amplitude e por seus objetivos deve provocar grande impacto. O projeto nacional de desenvolvimento pelo qual lutamos precisa de uma política industrial afirmativa, com juros menores e mudanças na política macroeconômica".
Sobre as diferenças de opiniões, Salaciel Vilela, secretário-geral adjunto da CTB, lembra que é importante saber deixá-las de lado em prol de um bem comum. “Divergências nós temos, mas neste momento as colocamos de lado para construirmos uma unidade que tem como objetivo pontual avançar na construção de um projeto de desenvolvimento, que passe por melhores condições de trabalho e salários mais justos”.
Concorrência desleal
Empresários e sindicalistas estão preocupados com os números apresentados pela indústria nacional, que tem sofrido com a concorrência desleal dos produtos importados. “Esse ato serve para alertar à população que compra esses produtos e não pensa de onde vem. Estamos num processo de desindustrialização e o resultado será o fechamento dos postos de trabalho. Daí a importância dessa manifestação”, alertou Fausto Augusto Junior, assessor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).
Para o técnico do Dieese, as medidas anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff na última terça-feira (03) estão no caminho certo. No entanto, de acordo com ele, ainda existem diversos pontos que precisam ser alterados, como baixar a taxa de juros e facilitar o acesso dos micro empresários aos benefícios. “As grandes empresas conseguem ter acesso a essas medidas. Mas o desafio está em fazer as pequenas também terem acesso. Isso é muito mais complexo. Daí o governo vai precisar trabalhar mais isso”.
O pacote econômico anunciado incluiu entre outras medidas a desoneração da folha de pagamento para 15 ramos de atividade, com a extinção da contribuição previdenciária patronal (20% dos salários) e sua substituição por um imposto sobre o faturamento, com alíquota entre 1 e 2%.
"Ainda falta muito", observa presidente da CTB-SP
No entanto, para os sindicalistas, apesar de positivas, as medidas são insuficientes, pois o cenário demanda iniciativas mais rigorosas. “Estamos no caminho certo, mas ainda falta muito. Essas são medidas paliativas, que não resolvem o problema que estamos enfrentando. É preciso mais”, destacou Onofre Gonçalves, presidente da CTB São Paulo.
Para Marcelino Rocha, presidente da Federação Interestadual dos Metalúrgicos do Brasil (Fitmetal) e do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim-MG, o Brasil acordou na hora certa. “Todos os países estão tomando medidas de proteção ao setor industrial. O Brasil acordou no momento adequado porque não é possível que a indústria brasileira tenha uma participação de quase metade do que já teve no governo Juscelino Kubitschek”.
Mobilização Brasil afora
Marcelo Toledo afirma que trabalhadores não podem ser prejudicados
“Trabalhadores do mundo inteiro estão unidos contra uma crise que foi desencadeada pelo capitalismo. Temos que combater esse cenário e seus prejuízos. E vamos continuar defendendo a classe operária bem como o emprego decente e combatendo a precariedade que vitima milhões de trabalhadores em razão das péssimas condições de trabalho a que são submetidos. Esse ato demonstra a unidade política da classe trabalhadora”, afirmou Marcelo Toledo, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano.
Unidade também demonstrada em atos semelhantes realizados em Porto Alegre e Florianópolis. É o que revela o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, que veio a São Paulo só para prestigiar o evento. “Construímos uma unidade em defesa do novo modelo de desenvolvimento que queremos para o nosso país. Porto Alegre abriu o calendário do movimento, seguido por Florianópolis e agora em São Paulo. E deverá se espalhar por todo Brasil. Esse é o objetivo, criar um sentimento cívico de todos os setores da sociedade em defesa desse novo país que queremos construir juntos", informou Vidor.
Para Guimar Vidor ato cria um sentimento cívico na população
Para Moysés Leme, presidente da CTB-DF, a unidade demonstrada em todos os atos representa uma vitória para CTB fomentadora de toda essa união. “Devido a seu princípio de unidade, a CTB foi peça fundamental na organização desse ato contra a desindustrialização, emprego e renda para o país. Nós temos que nos aproximar em volta das propostas que são de interesse do país. E a CTB tem cumprido esse papel com sucesso no nosso país. Demonstrando a que veio. Hoje ela é a liga da grande massa da classe trabalhadora”, destacou Leme, que revelou que correm a todo vapor as reuniões preparatórias para o grande ato nacional que acontece em Brasília.
Trabalhadores, sindicalistas e empresários agora se preparam para cumprir o calendário e engrossar os atos que acontecem em Belo Horizonte, Manaus, Ceará, Bahia e Brasília.
"Unidade é demonstrada Brasil afora", observa Doquinha
"Somos todos vitoriosos por todo esse movimento desencadeado Brasil afora, que demonstra esta unidade. Neste ano, mostramos mais uma vez que nós, trabalhadores e trabalhadoras, somos capazes de nos unir por bandeiras que não dizem respeito apenas a nós, mas sim a todo o país", comemorou Raimunda Gomes, a Doquinha, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.
Cinthia Ribas - Portal CTB (fotos: CTB e Joca Duarte)
Realizada em frente à Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), a manifestação compõe um calendário nacional de atividades que ainda passa por Manaus, Minas Gerais, Bahia, Ceará e Brasília, que fecha o ciclo.
“A construção desse movimento é importante para a nação como um todo, pois o que está representado aqui é o setor produtivo unido por um novo projeto de desenvolvimento para o país que reduza a taxa de juros e controle o câmbio para termos uma indústria forte com empregos valorizados”, destacou o dirigente da CTB e deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS).
Wagner, Assis Melo, Paulinho e Moysés Leme comemoram sucesso do ato
Unidade em prol de avanços para o país
O movimento Grito de Alerta contra a desindustrialização, promovido pelas centrais sindicais, confederações, federações, sindicatos, desta vez traz uma novidade: a adesão massiva do setor produtivo, preocupado com a falta de investimento na indústria nacional e a falta de competitividade, consequência da concorrência desleal com o mercado externo.
“É uma união histórica, entre trabalhadores, sindicalistas e empresários pelo mesmo ideal: o crescimento do país. Quando os políticos constatarem que estamos juntos por uma única causa, tenho certeza de que nosso grito de alerta será ouvido. Temos que estar juntos, sim, em favor dessa proposta para um país mais justo”, afirmou Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Para presidente da Abimaq união é histórica
Opinião compartilhada pelo vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana. "Este é um ato que representa um marco, algo que por sua amplitude e por seus objetivos deve provocar grande impacto. O projeto nacional de desenvolvimento pelo qual lutamos precisa de uma política industrial afirmativa, com juros menores e mudanças na política macroeconômica".
Sobre as diferenças de opiniões, Salaciel Vilela, secretário-geral adjunto da CTB, lembra que é importante saber deixá-las de lado em prol de um bem comum. “Divergências nós temos, mas neste momento as colocamos de lado para construirmos uma unidade que tem como objetivo pontual avançar na construção de um projeto de desenvolvimento, que passe por melhores condições de trabalho e salários mais justos”.
Concorrência desleal
Empresários e sindicalistas estão preocupados com os números apresentados pela indústria nacional, que tem sofrido com a concorrência desleal dos produtos importados. “Esse ato serve para alertar à população que compra esses produtos e não pensa de onde vem. Estamos num processo de desindustrialização e o resultado será o fechamento dos postos de trabalho. Daí a importância dessa manifestação”, alertou Fausto Augusto Junior, assessor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).
Para o técnico do Dieese, as medidas anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff na última terça-feira (03) estão no caminho certo. No entanto, de acordo com ele, ainda existem diversos pontos que precisam ser alterados, como baixar a taxa de juros e facilitar o acesso dos micro empresários aos benefícios. “As grandes empresas conseguem ter acesso a essas medidas. Mas o desafio está em fazer as pequenas também terem acesso. Isso é muito mais complexo. Daí o governo vai precisar trabalhar mais isso”.
O pacote econômico anunciado incluiu entre outras medidas a desoneração da folha de pagamento para 15 ramos de atividade, com a extinção da contribuição previdenciária patronal (20% dos salários) e sua substituição por um imposto sobre o faturamento, com alíquota entre 1 e 2%.
"Ainda falta muito", observa presidente da CTB-SP
No entanto, para os sindicalistas, apesar de positivas, as medidas são insuficientes, pois o cenário demanda iniciativas mais rigorosas. “Estamos no caminho certo, mas ainda falta muito. Essas são medidas paliativas, que não resolvem o problema que estamos enfrentando. É preciso mais”, destacou Onofre Gonçalves, presidente da CTB São Paulo.
Para Marcelino Rocha, presidente da Federação Interestadual dos Metalúrgicos do Brasil (Fitmetal) e do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim-MG, o Brasil acordou na hora certa. “Todos os países estão tomando medidas de proteção ao setor industrial. O Brasil acordou no momento adequado porque não é possível que a indústria brasileira tenha uma participação de quase metade do que já teve no governo Juscelino Kubitschek”.
Mobilização Brasil afora
Marcelo Toledo afirma que trabalhadores não podem ser prejudicados
“Trabalhadores do mundo inteiro estão unidos contra uma crise que foi desencadeada pelo capitalismo. Temos que combater esse cenário e seus prejuízos. E vamos continuar defendendo a classe operária bem como o emprego decente e combatendo a precariedade que vitima milhões de trabalhadores em razão das péssimas condições de trabalho a que são submetidos. Esse ato demonstra a unidade política da classe trabalhadora”, afirmou Marcelo Toledo, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano.
Unidade também demonstrada em atos semelhantes realizados em Porto Alegre e Florianópolis. É o que revela o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, que veio a São Paulo só para prestigiar o evento. “Construímos uma unidade em defesa do novo modelo de desenvolvimento que queremos para o nosso país. Porto Alegre abriu o calendário do movimento, seguido por Florianópolis e agora em São Paulo. E deverá se espalhar por todo Brasil. Esse é o objetivo, criar um sentimento cívico de todos os setores da sociedade em defesa desse novo país que queremos construir juntos", informou Vidor.
Para Guimar Vidor ato cria um sentimento cívico na população
Para Moysés Leme, presidente da CTB-DF, a unidade demonstrada em todos os atos representa uma vitória para CTB fomentadora de toda essa união. “Devido a seu princípio de unidade, a CTB foi peça fundamental na organização desse ato contra a desindustrialização, emprego e renda para o país. Nós temos que nos aproximar em volta das propostas que são de interesse do país. E a CTB tem cumprido esse papel com sucesso no nosso país. Demonstrando a que veio. Hoje ela é a liga da grande massa da classe trabalhadora”, destacou Leme, que revelou que correm a todo vapor as reuniões preparatórias para o grande ato nacional que acontece em Brasília.
Trabalhadores, sindicalistas e empresários agora se preparam para cumprir o calendário e engrossar os atos que acontecem em Belo Horizonte, Manaus, Ceará, Bahia e Brasília.
"Unidade é demonstrada Brasil afora", observa Doquinha
"Somos todos vitoriosos por todo esse movimento desencadeado Brasil afora, que demonstra esta unidade. Neste ano, mostramos mais uma vez que nós, trabalhadores e trabalhadoras, somos capazes de nos unir por bandeiras que não dizem respeito apenas a nós, mas sim a todo o país", comemorou Raimunda Gomes, a Doquinha, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.
Cinthia Ribas - Portal CTB (fotos: CTB e Joca Duarte)
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