Os servidores administrativos das escolas municipais de Ibirité, em greve desde o dia 16 de maio, realizaram assembleia na quarta-feira (23) e decidiram permanecer de braços cruzados. Mais de 80% da categoria já aderiu à paralisação.
Os trabalhadores reivindicam redução da carga horária para 30 horas semanais e 22% de reajuste salarial para serventes, cantineiras, secretários escolares e auxiliares de secretaria, biblioteca e administrativos. A jornada atualmente é de 37 horas.
Os grevistas também exigem a retomada imediata das negociações, rompidas unilateralmente pela prefeitura, e o fim das perseguições contra quem aderiu ao movimento. A prefeitura alega que a greve é “ilegal” e há denúncias de que trabalhadores estariam sofrendo ameaças de demissão ou substituição, cortes do abono e retirada de pontos na avaliação de desempenho.
Prefeitura é denunciada no Ministério Público do Trabalho
O Sind-UTE de Ibirité vai continuar mobilizando as escolas e esclarecendo pais, alunos e população sobre a legitimidade do movimento. “A greve só aconteceu após a prefeitura se recusar a negociar com seriedade. Além disso, antes que a categoria decidisse pela greve, todas as exigências da lei 7783/89 foram cumpridas. Não há como argumentar que a greve é ilegal”, afirma Rafael Calado, diretor da entidade. “Ilegal é a pressão, os boatos, a truculência e as ameaças que estão sendo feitas. Tais práticas atentam contra o exercício do direito de greve, garantido por lei, e já foram denunciadas ao Ministério Público do Trabalho”, diz o sindicalista.
Após a assembleia, da qual também participaram a presidente do Sind-UTE estadual, Beatriz Cerqueira, e os dirigentes da CUT Minas, Marco Antônio de Jesus e Reginaldo Tomás, a categoria saiu em passeata pelas principais ruas da cidade.
INDIGNAÇÃO: Na última reunião de negociação, antes que a prefeitura tomasse a decisão de romper o diálogo, o secretário de governo Hervê de Melo foi autor da infeliz declaração de que a categoria “coça o saco (sic) ao invés de trabalhar”, deixando trabalhadores revoltados. Particularmente quando se tornou público que o prefeito de Ibirité, o vice e doze secretários consomem anualmente mais de R$ 2 milhões só em salários. Além disso, os vencimentos de Laércio Dias, chefe do Executivo, ultrapassam R$ 23 mil por mês, quantia bem superior às que recebem os prefeitos de São Paulo (R$ 20 mil), Belo Horizonte (R$ 19 mil) e Rio de Janeiro (R$ 13,3 mil).
Fonte: Sind-UTE Ibirité: (31) 3533-2713
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