Transcrevo parte da mensagem do professor:
“Vejo com certa preocupação uma pesquisa divulgada pelo jornal O Tempo, do dia 7 de maio, onde aparece o nome do presidente do nosso sindicato entre as “lideranças mais admiradas em BH”. Posso parecer conservador, mas considero que sindicalista existe é para defender os interesses de categorias, mas não deve se meter em política. Acho que o Gilson Reis faz um bom trabalho à frente do Sinpro Minas e deve continuar nesta luta; não deve se candidatar a cargo político, usando o prestígio do sindicato, afinal, como diz o ditado, “em festa de jacu inhambu não entra”.
Curioso, consultei o jornal e verifiquei tratar-se de uma pesquisa do Instituto DataTempo/CP2 (clique aqui e acesse a pesquisa), realizada nos dias 26 e 27 de abril, que avalia as gestões da Presidenta Dilma e do Governador Anastasia e, de forma espontânea, levanta nomes de pessoas consideradas como lideranças políticas mais admiradas em Belo Horizonte. Entre estas pessoas, aparece o nome Gilson Reis, com 0,7% das indicações, em 9º lugar da lista. Observo que a pesquisa teve 900 entrevistados e a margem de erro é de 3,27%.
Vamos à polêmica:
1 – O professor Gilson Reis é licenciado em Biologia pelo Instituto Izabela Hendrix e tem especialização em Economia do Trabalho pela Unicamp; já lançou dois livros sobre sindicalismo e política e escreve regularmente artigos com análise sobre a conjuntura nacional e internacional. Participou do movimento estudantil e está no movimento sindical desde 1992, tendo sido dirigente nacional da CUT e atualmente é presidente do Sinpro Minas e da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, em nosso estado. Portanto, é uma liderança política legítima e pode ser reconhecido pela sua capacidade e dedicação à luta dos trabalhadores;
2 – Este reconhecimento da população de Belo Horizonte deve ser visto com orgulho por nós, professores, pois trata-se de uma valorização também do nosso sindicato como entidade político-sindical que faz a boa política. A defesa dos interesses da nossa categoria é uma luta política que deve ser desenvolvida em várias trincheiras. Ao contrário do que o professor Josias sugere, não só o Gilson Reis, mas todos os professores devem exercer o direito e dever de cidadania que se constitui em ações e práticas em defesa da liberdade, democracia e melhores condições de vida para o povo brasileiro.
3 – É preciso romper com o preconceito que ainda constitui referência para muitos de nós, de que sindicalista não pode ascender a cargos institucionais sem que isto signifique “usar o sindicato como trampolim” ou ser carreirista e oportunista. É por isso que os patrões, embora em menor número, têm grande representação nos Legislativos e Executivos, enquanto nós nos excluímos. O professor Gilson Reis não só pode ser, como é uma grande liderança política e está preparado para nos representar em outras instâncias da nossa luta;
4 – É oportuno que o professor Josias Eustáquio tenha levantado essa polêmica, pois carecemos de debater e aprofundar o tema. Existe uma ação política subreptícia que procura desqualificar as lideranças dos trabalhadores e mesmo as boas lideranças políticas do nosso país, sob o argumento de que todo político é corrupto e/ou oportunista. Existem práticas políticas e agentes políticos do bem e estes podem ser maioria se quisermos.
Para concluir, a questão do“em festa de jacu inhambu não entra”: embora muitos ditados antigos, de origem rural, contenham grande sabedoria, não posso concordar com este. O Inhambu é uma ave com designação científica Crypturellus Parnirostris, da família dos Tinamidae e ordem dos Tinamiformes; recebe a denominação popular dos indígenas, devido ao comportamento de demorar muito para levantar voo e possuir capacidade limitada para voar. Quanto ao Jacu, ave galiforme da família dos Cracídeos, devido à sua aparência desajeitada e seu comportamento desnorteado, seu nome virou sinônimo de bobo, ou capiau, entre outros. Gilson Reis não é uma coisa nem outra; ele pode alçar grandes voos e tem capacidade para nos representar bem em qualquer situação.
Professor Newton de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário