quinta-feira, 28 de junho de 2012

Problemas para manter o Curso de Ciências do Estado são discutidos em audiência

A qualidade do curso de Ciências do Estado da UFMG e possíveis melhorias foram discutidas em audiência pública realizada pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira (27/6/12). O objetivo da reunião, solicitada pelo deputado Carlin Moura (PCdoB), era debater a ampliação e o fortalecimento de cursos do Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), em especial a graduação em Ciências do Estado.


O Reuni foi instituído em 2007 com o objetivo ampliar o acesso e a permanência na educação superior. O curso de Ciências do Estado é oferecido, desde 2009, na modalidade bacharelado e funciona na Faculdade de Direito da UFMG. O objetivo é formar profissionais capazes de atuar em processos de planejamento, gestão e execução de políticas sociais, na administração pública, em pequenas empresas ou no terceiro setor.


O coordenador do Centro Acadêmico de Ciências do Estado, Txai Silva Costa, afirmou que o Reuni tem o papel de ampliar o número de vagas em cursos já existentes e criar novas graduações, mas também inova ao lançar novas metodologias para o ensino, destacando a interdisciplinaridade. Ele comentou que o curso de Ciências do Estado passou recentemente por avaliação de uma comissão da Faculdade de Direito, que indicou pontos fortes e fragilidades. Dentre os pontos positivos está a relevância do curso para formação de profissionais que lidem com pesquisas e trabalhos práticos sobre o Estado e suas relações com a sociedade. Além disso, a comissão interna ressaltou a qualidade da grade curricular.


Entre os pontos que precisam ser mudados está o enfoque dado a algumas matérias, considerado muito jurídico. Para isso, sugeriu-se a criação de um departamento para o curso, que poderia auxiliar na adequação.


O estudante do curso de Ciência do Estado, Felipe Henrique Dias Barbosa, citou formas de valorizar o curso, como a inclusão dessa graduação em seleções de concursos públicos e a possibilidade de os estudantes participarem da próxima edição do Parlamento Jovem da ALMG.


Sintonia entre agendas – Para a diretora da Faculdade de Direito da UFMG, Amanda Flávio de Oliveira, a Universidade tem interesse em ampliar o acesso aos cursos, mas também se preocupa com a qualidade do ensino oferecido. Ela ressaltou que o debate proposto na comissão se relaciona com a agenda da UFMG, já que, nesta tarde, haverá reunião no campus Pampulha para analisar o impacto do Reuni na instituição. A discussão será a primeira de uma série de atividades que vão abordar a interdisciplinaridade na graduação e será desenvolvida ao longo do segundo semestre.


Os professores Marcelo Cattoni e José Luiz Borges Horta, da Faculdade de Direito, comentaram o caráter inovador do curso de Ciências do Estado e do Reuni em relação à formação dos estudantes e à adoção de metodologias diferenciadas. O professor José Luiz Borges também afastou a possibilidade de fechamento do curso, notícia que circulou entre docentes e discentes recentemente.


Conflitos – O presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais, Rafael Leal, disse que o curso de Ciências do Estado contribui para o desenvolvimento da sociedade. Além disso, ele mencionou que as notícias sobre a possibilidade de fechamento do curso expõem conflitos surgidos a partir da implementação do Reuni, como a adoção de novas metodologias, que convivem com outras mais tradicionais.


O deputado Carlin Moura destacou a importância do Reuni para ampliar as possibilidades de ingresso no ensino superior público. Carlin Moura também afirmou que o curso de Ciências do Estado tem contribuído com o ensino de qualidade ao oferecer grade curricular diversificada e manter grupos de estudo e pesquisas. Ele afirmou que a comissão apoia a luta dos estudantes para manter o curso.


O presidente da comissão, deputado Bosco, afirmou que o Reuni é uma maneira de facilitar o ingresso de jovens no ensino superior público, pois muitos deles não têm condições financeiras para estudar em instituições particulares.


O deputado Paulo Lamac destacou os esforços da Universidade para ampliar o acesso de estudantes oriundos de escolas públicas, como a implementação de bônus no vestibular.


Encaminhamentos – Os deputados aprovaram quatro requerimentos relacionados com a audiência. Um deles solicita que sejam encaminhadas às diretorias-geral da ALMG e da Escola do Legislativo as sugestões de: abertura de convênio entre o curso de Ciências do Estado da UFMG e a Escola do Legislativo para participação em cursos e estágios; introdução da categoria profissional graduado em Ciências do Estado nos concursos do Legislativo mineiro; e participação dos estudantes do curso no Parlamento Jovem 2013.


Outro requerimento solicita à diretoria da Faculdade de Direito da UFMG que disponibilize informações sobre a história e reestruturação do curso de Ciências do Estado em sua página virtual. O terceiro requerimento pede envio, à faculdade, de manifestação de apoio à consolidação e fortalecimento dessa graduação. O quarto requerimento solicita o envio das notas taquigráficas da audiência ao Ministério da Educação e que, após análise do material, a pasta encaminhe aos deputados relatório quanto às perspectivas do Reuni em Minas, principalmente quanto aos investimentos para a UFMG.


Fonte: ALMG

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