segunda-feira, 18 de junho de 2012

Educação em BH é debatida


O Professor Gilson Reis participou nesse sábado (16/06) de um Seminário sobre a Educação em Belo Horizonte realizado pelo Sindicato dos Professores – Sinpro Minas com a participação do professor Miguel Arroyo.

A reunião, de acordo com Gilson Reis serviu para apresentar os dados da educação na cidade e buscar auxílio para a criação de um documento para subsidiar o debate da mesma em Belo Horizonte.

O Sinpro apresentou os dados levantados através de pesquisas e entrevistas realizados. Um documento que apresenta as políticas educacionais presentes e ausentes na PBH, no plano de governo da atual administração. De acordo com o estudo, a educação em BH aparece muito bem apresentada, porém de forma propagandista.

Gilson Reis demonstrou a vontade que o sindicato tem de propor um Plano Municipal de Educação, como já ocorre em nível federal e estadual.

O professor Miguel Arroyo falou da importância de os Sindicatos se mobilizarem a favor de uma educação de qualidade. “O sindicato são sujeitos de política na educação, e não vilões”, destacou.

Repensar a educação

Para Arroyo, o Plano de educação para Belo Horizonte não deve ser baseado nos dias de hoje, mas deve-se pensar a educação historicamente. Ele afirma que estão chegando às escolas outra infância, outra adolescência, os que nunca chegaram, quem nunca teve oportunidade de estudar, como os filhos dos 20 milhões de miseráveis brasileiros.

O professor relata que muitos deles estão atrasados em relação ao ensino. “Professores vão dizer que são lentos. Porém foi a história quem os condenou a uma lentidão incrível para se ter direito a escola”, afirma.


Arroyo afirmou que em um Plano Educacional colocaria pontos de debate em relação a essa nova situação, pois quem sabe sobre essa nova escola, sobre esses novos alunos são os professores que convivem diretamente e não os gestores. “Os professores não estão sendo preparados nas faculdades sobre esse processo histórico do seu povo, sobre os alunos que estão chegando advindos de várias situações calamitosas. Ninguém os prepara para entender os adolescentes que vão chegar às escolas”, salientou, afirmando que os profissionais da educação devem ser treinados para ensinar muito mais que português e matemática, mas vivência e democratização dos espaços.

Outro ponto abordado foi a mudança nos paradigmas sociais, como a questão da mulher que teve que sair de casa pra trabalhar, e deixou a infância sem assistência, assim como muitos adolescentes que hoje trabalham e são arrimos de família. “É preciso dar ênfase a quem está chegando às escolas”, salienta Arroyo. 

De Belo Horizonte,
Sheila Cristina
Texto e fotos

Nenhum comentário:

Postar um comentário