Amigos e amigas residentes na região noroeste da cidade de Belo Horizonte, a partir deste mês estaremos retratando os principais desafios e dilemas da nossa regional. Residente há mais de quarenta anos na região, fui testemunha ocular das profundas mudanças que ocorreram nas últimas décadas em nossa região.
A expansão, urbanização, aumento demográfico,problemas estruturais em diversas áreas são questões que merecem da nossa parte um maior acompanhamento e reflexão. Definitivamente, podemos afirmar que a regional noroeste é o símbolo da constante negligência das autoridades públicas (poder executivo e legislativo) com a
região e a população residente, diria um quase abandono do poder público.
A região noroeste, a maior regional do município de Belo Horizonte, tem 36.874 km2 de área. Possuiu 54 bairros e 19 favelas, perfazendo um total de cerca de 400 mil habitantes, uma concentração populacional correspondente ao quinto maior município de Minas Gerais. A região foi ocupada inicialmente na Pedreira Padre Lopes e foi se expandindo ao longo do tempo.
Os primeiros a chegar foram os boêmios e operários, que ajudaram a edificar a região planejada da capital mineira. A segunda onda de ocupação da região é justamente com a chegada dos emigrantes italianos que vieram para o Brasil ao longo das primeiras décadas do século passado.
As demandas sociais nas várias áreas foram ao longo do tempo tratadas de forma marginalizada. A região conta com apenas 23 de escolas públicas municipais com aproximadamente 16 mil alunos que cursam as primeiras séries do ensino fundamental. Além da precariedade das instalações, a rede municipal passa no último período por profundas transformações, que discutiremos em outros números do nosso jornal.
Mas a maior precariedade é justamente no que concerne à educação, especificamente
ao ensino infantil, que é de inteira responsabilidade do município. A região conta com apenas oito unidades de Umeis e 37 creches conveniadas, insuficientes para a grande demanda apresentada pela população, fundamentalmente das camadas populares. A saúde pública é outro problema que devemos destacar.
Com apenas 20 centros de saúde para uma população de 400 mil habitantes apresenta números muito distantes dos recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Não existe nenhum Pronto Socorro e hospital que atendam situações que requerem intervenção médica de maior complexidade. Os problemas com a saúde básica advêm da situação social das milhares de pessoas que vivem na região.
Além de apresentar deficiência na área de saneamento, pois por lá passam 22 córregos, a região conta com um alto número de famílias com baixa renda familiar. Na região cerca de 10 mil famílias são atendidas pelo Bolsa família, programa do Governo Federal.
Outra deficiência alarmante é a pouca presença de parque e áreas verdes que poderiam melhorar a qualidade de vida dos habitantes dessa localidade. A noroeste conta com apenas três parques regionais e 106 praças públicas, muitas delas totalmente abandonadas pela administração pública. Mas se em relação a áreas verdes existe uma deficiência, no que tange ao lazer e à cultura a presença do poder municipal é nula.
Não existe uma única sala de teatro em toda a região, um cinema público, uma única biblioteca pública. Os campos de várzea estão sendo ocupados pela expansão imobiliária, não existem quadras de esporte, piscinas públicas, pistas de Cooper, etc, para prática de atividades físicas.
Diante de tantas necessidades e possibilidades, estaremos a partir de agora demonstrando as deficiências da região e apresentando propostas e alternativas para o poder público. Nosso objetivo é conhecer os problemas e exigir soluções a curto, médio e longo prazo. Apresentar de forma organizada medidas para solucionar as várias demandas e insuficiências apresentadas em toda região noroeste.
sexta-feira, 2 de março de 2012
Regional Noroeste: desafios e dilemas
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