A presidente Dilma Rousseff desembarcou nesta terça-feira (27) em Nova Delhi, na Índia, para participar da 4ª Cúpula do Brics (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). De acordo com informações do governo, o encontro pretende discutir sobre como estimular o crescimento econômico de forma sustentável e equilibrada. Ainda segundo o governo, Dilma seguiu para a Índia acompanhada dos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Aloizio Mercadante (Educação), Marco Antonio Raupp (Ciência, Tecnologia e Inovação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Helena Chagas (Comunicação Social), além do governador de Sergipe, Marcelo Déda, e 110 empresários.
Participarão da reunião os líderes dos cinco países do bloco: a presidente brasileira, o premiê indiano, Manmohan Singh, e os presidentes Dmitri Medvedev, da Rússia, Hu Jintao, da China, e Jacob Zuma, da África do Sul.Segundo nota do governo Indiano, a principal reunião será na quinta-feira (29), na qual Manmohan Singh apresentará a proposta de criação do banco do desenvolvimento do Brics. “A ideia é que a instituição se dedique aos investimentos em projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em nações pobres e emergentes.
O processo de criação do banco deve ocorrer a longo prazo”, informou a nota."Os países membros do Brics representam cerca de 19% do PIB mundial. Desse modo, nossa principal discussão é a proposta de criar (no futuro) um banco dos Brics" destinado a financiar investimentos e projetos de infraestrutura, informou à imprensa o ministro de Indústria, Fernando Pimentel. A expectativa é de que os líderes assinem uma declaração sobre a intenção de criar o Banco de Desenvolvimento do Brics, que funcionaria como uma espécie de alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional.
Para Fabiano Mielniczuk, coordenador de pesquisa do Brics Policy Center, uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro e da PUC/RJ, a criação "do Banco de Desenvolvimento dos Brics deve virar realidade em cerca de três anos. A intenção é ter dinheiro para investir nos próprios países do grupo e em outros países em desenvolvimento", declarou à imprensa.Segundo ele, "até o momento, estes países foram forçados a se submeter a políticas de condicionalidade, tendo de cumprir exigências feitas pelo Banco Mundial ou do FMI em troca de empréstimos.
Isso não aconteceria com o banco do Brics".A 4ª Cúpula também discutirá a assinatura de atos em relação a um tema que vem sendo discutido desde a realização da primeira Cúpula do Brics: a criação de mecanismos para facilitar o comércio e o financiamento em moeda local de investimentos realizados entre os países do bloco.Ao fim da 4ª Cúpula, a presidente Dilma continuará na Índia para reuniões bilaterais com o premiê Manmohan Singh. Na sexta-feira (30), Dilma deve assinar uma série de acordos bilaterais com a Índia.Luta pela paz e pela soberaniaA organização da 4ª Cúpula informou que os presidentes e o primeiro-ministro também deverão discutir propostas para a defesa da paz e da segurança no Oriente Médio e Norte da África. Os destaques deverão ser a Síria, devido à onda de violência que dura mais de um ano, e o Afeganistão, que vive momento de apreensão depois do massacre de civis por um sargento norte-americano.
Desenvolvimento sustentável
A pauta de discussões dos Brics também incluirá temas ligados à Rio+20, como a chamada ‘economia verde’, com foco na distribuição de renda e gerar inclusão social."Isso envolve a transferência de tecnologia de países ricos para aqueles em desenvolvimento. Nesse sentido, os outros países do Brics têm muito a aprender com a China, que investe pesado em pesquisa para migrar para uma tecnologia limpa", diz Fabiano Mielniczuk.Com agências
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