sexta-feira, 23 de março de 2012

Dilma cobra Brics na Rio+20; grupo quer alternativa ao FMI



A presidenta Dilma Rousseff vai à Índia na próxima quarta-feira (28) para participar da 4ª Reunião de Cúpula do Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A reunião está marcada para o dia 29 e, entre os assuntos que serão tratados pela presidenta, está a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que o Brasil sedia em junho.


Segundo a subsecretária-geral de Política do Ministério de Relações Exteriores, embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, um dos temas da cúpula do Brics é, justamente, o desenvolvimento sustentável. “Certamente vamos focar no desenvolvimento sustentável, tema da conferência, nas suas três vertentes: social, ambiental e econômica. Além de uma abordagem sobre economia verde ligada à erradicação da pobreza”.


Segundo a diplomata, a cúpula ocorre em um “momento delicado” para a economia mundial, outro tema que será debatido na Índia. Também serão tratadas questões relativas ao Oriente Médio e à África e avaliadas as atuações dos representantes do bloco de países emergentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas.


O Brics conta com dois membros permanentes no conselho, Rússia e China.Outro assunto a ser tratado é a Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). A Rússia foi admitida no ano passado como membro da organização que regula o comércio mundial. Para a embaixadora, isso abre uma nova perspectiva para os países do Brics em relação à Rodada Doha, parada desde 2008 por causa de impasses em relação aos subsídios agrícolas dos países desenvolvidos e as barreiras impostas pelos emergentes a serviços e produtos industrializados dos países ricos.


BM e FMI dos Brics


Maria Edileuza disse ainda que a proposta de criação de um banco de desenvolvimento do Brics deverá ser analisada por um grupo técnico. “A ideia é a criação de um banco do Brics voltado para a promoção de projetos de desenvolvimento sustentável e no campo de infraestrutura no Brics e em países em desenvolvimento”, disse a embaixadora. “Ainda não há detalhes sobre sobre áreas prioritárias. Essa ideia ainda é embrionária”, acrescentou.A nova instituição bancária deve ser uma espécie de alternativa ao Banco Mundial (BM) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).


A expectativa é que, ao final da cúpula, os presidentes assinem uma declaração sinalizando a disposição de criar a instituição, mas sem fixar os detalhes.Ela afirmou que certamente os líderes do Brics deverão abordar a necessidade de mudanças na estrutura do FMI. Os países do bloco têm interesse na reformulação da entidade e, no caso do Banco Mundial, a posição defendida pelos países do grupo é a de que as nomeações sejam pelo critério de mérito e não por indicação política. Fonte: Agência Brasil

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