Artigo publicado na coluna do jornalista Eduardo Costa
Nesta semana, vivi de perto dois momentos que mostram ângulos absolutamente contrastantes em relação à realidade e, principalmente, ao futuro do aprendizado no país.
Em São João do Manhuaçu, modesta cidade de dez mil habitantes no Vale do Rio Doce, resultados surpreendentes de um esforço conjunto de agentes políticos, professores, alunos e pais dentro de um projeto da Conspiração Mineira pela Educação – movimento que reúne pessoas bem sucedidas e dispostas a ajudar.
Lá, o crescimento de meninos e meninas é visível, emocionante e pode ser comprovado pelos números do IDEB – Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico do Ministério da Educação que já ultrapassaram a média nacional e poderão alcançar ainda esse ano a meta do governo federal para 2015. Amanhã, você vai conferir essa revolução do bem nas páginas do Hoje em Dia.
Mas, como a vida não é feita só de flores, também nesta semana eu vi de perto o quanto o poder oprime, manipula, silencia, compra, humilha, massacra. Não discuto detalhes do projeto apresentado pelo governo porque ali estão minúcias que só os técnicos ousam interpretar.
No entanto, apenas um exemplo, dado pelo próprio governo, permite-me afirmar a completa falta de compromisso do Estado para com o futuro da educação. Diz o governo que uma professora, hoje com 27 anos de efetivo exercício em sala de aula, vai ganhar, em 2015, pouco mais de R$ 2.100,00. Ora, então, daqui a quatro anos, quando contar mais de 31 anos de profissão, uma professora vai ganhar menos do que se paga hoje a um agente de polícia recém concursado.
Não é que este ganha muito, ao contrário; o problema é que não dá para defender ou sequer aceitar essa remuneração para quem cuida do futuro do país. Isso sem falar que as lideranças dos professores foram enganadas para por fim aos 112 dias de greve, a comissão prometida nunca decidiu nada, a Assembléia mais uma vez se comportou como casa de ratificação do que quer o Palácio da Liberdade e nós, jornalistas, não gritamos a plenos pulmões a pergunta que não deixará nossa consciência em paz nas festas de fim de ano: será que existirá professor na sala de aula quando nossos netos vierem?
Ah, outra pergunta: será que, com o comportamento submisso e indecente de câmaras municipais, assembléias legislativas e congresso nacional, de trocar verbas e reeleição pelo que quer o dono da caneta, o chefe do executivo, a gente tem Democracia de verdade?
Nesta semana, vivi de perto dois momentos que mostram ângulos absolutamente contrastantes em relação à realidade e, principalmente, ao futuro do aprendizado no país.
Em São João do Manhuaçu, modesta cidade de dez mil habitantes no Vale do Rio Doce, resultados surpreendentes de um esforço conjunto de agentes políticos, professores, alunos e pais dentro de um projeto da Conspiração Mineira pela Educação – movimento que reúne pessoas bem sucedidas e dispostas a ajudar.
Lá, o crescimento de meninos e meninas é visível, emocionante e pode ser comprovado pelos números do IDEB – Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico do Ministério da Educação que já ultrapassaram a média nacional e poderão alcançar ainda esse ano a meta do governo federal para 2015. Amanhã, você vai conferir essa revolução do bem nas páginas do Hoje em Dia.
Mas, como a vida não é feita só de flores, também nesta semana eu vi de perto o quanto o poder oprime, manipula, silencia, compra, humilha, massacra. Não discuto detalhes do projeto apresentado pelo governo porque ali estão minúcias que só os técnicos ousam interpretar.
No entanto, apenas um exemplo, dado pelo próprio governo, permite-me afirmar a completa falta de compromisso do Estado para com o futuro da educação. Diz o governo que uma professora, hoje com 27 anos de efetivo exercício em sala de aula, vai ganhar, em 2015, pouco mais de R$ 2.100,00. Ora, então, daqui a quatro anos, quando contar mais de 31 anos de profissão, uma professora vai ganhar menos do que se paga hoje a um agente de polícia recém concursado.
Não é que este ganha muito, ao contrário; o problema é que não dá para defender ou sequer aceitar essa remuneração para quem cuida do futuro do país. Isso sem falar que as lideranças dos professores foram enganadas para por fim aos 112 dias de greve, a comissão prometida nunca decidiu nada, a Assembléia mais uma vez se comportou como casa de ratificação do que quer o Palácio da Liberdade e nós, jornalistas, não gritamos a plenos pulmões a pergunta que não deixará nossa consciência em paz nas festas de fim de ano: será que existirá professor na sala de aula quando nossos netos vierem?
Ah, outra pergunta: será que, com o comportamento submisso e indecente de câmaras municipais, assembléias legislativas e congresso nacional, de trocar verbas e reeleição pelo que quer o dono da caneta, o chefe do executivo, a gente tem Democracia de verdade?