quarta-feira, 30 de maio de 2012

Por avanços no campo, Grito da Terra toma as ruas de Brasília

18Acontece nesta quarta-feira (30) o 18º Grito da Terra Brasil (GTB), manifestação organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que reúne centenas de trabalhadores e trabalhadoras rurais de todo o país, durante uma grande marcha em Brasília.

Considerada a maior mobilização nacional dos trabalhadores rurais , o GTB reivindica todos os anos melhorias nas condições de vida e de trabalho para a população do campo. Joílson Cardoso, secretário de Políticas Institucionais da CTB, será o representante da central no evento.

Para o presidente nacional da CTB, Wagner Gomes, é possível avançar na luta através da mobilização. "A Contag promove todos os anos o Grito da Terra Brasil, em prol das melhorias de vida para os trabalhadores rurais e para a agricultura familiar. E nesta grande mobilização que cobra diretamente o governo federal sobre as principais questões que envolvem a classe trabalhadora do campo é possível avançar rumos às conquistas", afirma o dirigente.


As negociações com o governo federal envolvendo as principais questões do GTB, já foram feitas dias antes. Várias reuniões entre lideres sindicais rurais e representantes de diversos ministérios já aconteceram. Agora, os trabalhadores e trabalhadoras rurais esperam que o governo federal realmente cumpra com todas as exigências feitas pelos trabalhadores.

A pauta de revindicações será entregue oficialmente durante a marcha dos trabalhadores rurais. Entre as principais reivindicações estão:

Reforma agrária: desapropriação de imóveis rurais, regularização fundiária, Programa Nacional de Crédito Fundiário, sustentabilidade econômica, social e ambiental dos projetos de assentamentos, sustentabilidade ambiental e gestão do Incra;

Política agrícola: orçamento da política agrícola e desenvolvimento da agricultura familiar, enquadramento da agricultura familiar para efeito de acesso às políticas públicas, sistema de proteção à infraestrutura e à produção na agricultura familiar, territorialidade, economia solidária, cooperativismo e associativismo, pesquisa e ATER/ATES e sistema de produção sustentável;

Políticas sociais: políticas de saúde para as populações do campo e da floresta/SUS, política de previdência social, proteção infanto-juvenil, educação do campo, habitação rural, democratização e acesso dos meios de comunicação e inclusão digital e cultura e esporte no meio rural;

Terceira idade: criação da Secretaria Especial da Pessoa Idosa, delegacias de proteção à pessoa idosa e mais rigor na fiscalização dos empréstimos para os aposentados;

Mulheres trabalhadoras rurais: enfrentamento à violência contra as mulheres e autonomia econômica, trabalho e renda para as mulheres;

Organização sindical: regulamentação da contribuição sindical rural, representatividade das entidades sindicais de trabalhadores rurais e programa de formação para 5 mil beneficiários rurais em 2012;

Relações internacionais: participação da Contag nos espaços institucionais que definem a posição do governo brasileiro nas negociações internacionais e apoio na realização de estudos e análises técnicas que fundamentem políticas de apoio à comercialização dos produtos da agricultura familiar.

Paula Farias - Portal CTB

Governo homologa normas de respeito à diversidade nas escolas

Ao participar da cerimônia de homologação das Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, explicou nesta terça (29) que as normas vão orientar todas as atividades pedagógicas em sala de aula na tentativa de desenvolver um processo de formação voltado para o respeito à diversidade, contra a violência e a favor da solução pacífica de conflitos.

Elza Fiúza/ABr
Diretrizes educação em direitos humanos O ex-ministro Paulo Vannuchi, os ministros de Direitos Humanos, Maria do Rosário e Aloizio Mercadante, da Educação, e o presidente do CNE, Antônio Carlos Caruso Ronca, durante cerimônia de homologação das diretrizes

“A escola forma do ponto de vista técnico-profissional, do ponto de vista acadêmico-científico, mas tem que ser uma escola de valores, que forma para a vida e a vida em sua plenitude. Essas diretrizes do Conselho Nacional de Educação [CNE] orientam essa escola nos valores que temos que impulsionar no cotidiano da escola pública brasileira”, ressaltou.

As diretrizes têm como fundamento os seguintes princípios: a dignidade humana; a igualdade de direitos; o reconhecimento e a valorização das diferenças e das diversidades; a laicidade do Estado; a democracia na educação; a transversalidade, a vivência e a globalidade; e a sustentabilidade socioambiental.

Já a inserção dos conhecimentos no âmbito dos direitos humanos, na organização dos currículos da educação básica e da educação superior, poderá ocorrer das seguintes formas: pela transversalidade, por meio de temas relacionados aos direitos humanos e tratados interdisciplinarmente ou como um conteúdo específico de uma das disciplinas já existentes no currículo escolar; e ainda de maneira mista, combinando transversalidade e disciplinaridade.

Na cerimônia, Mercadante disse que vê a homologação das diretrizes não como ponto de chegada, mas como ponto de partida, já que é preciso transformá-las em experiências didáticas, pedagógicas e cotidianas em uma rede que tem 2 milhões de professores e 56 milhões de alunos.

De acordo com o ministro, o país registra anualmente, apenas em escolas públicas, entre 6 mil e 8 mil casos de bullying – ato de agredir fisicamente ou verbalmente alguém, de forma intencional e continuada. “Tudo isso tem que ser enfrentado com coragem, com reflexão pedagógica e com uma orientação cuidadosa. Essas diretrizes, que foram aprovadas por unanimidade no Conselho Nacional de Educação, apontam um caminho para que isso possa avançar”, destacou.

O presidente do CNE, Antônio Carlos Caruso Ronca, classificou a homologação das diretrizes como um momento para celebrar a possibilidade de mudança e de tempo novo. “Quando nos metemos nessa aventura, percebemos que precisaria ser construído por muitas mãos”, disse, ao explicar que mais de 25 pessoas participaram ativamente da elaboração das normas. “Sabemos que, se não atingirmos a escola, a educação básica e superior, a mudança será muito lenta – se houver alguma. A realização desse sonho nos deve levar à consciência de que precisamos continuar e divulgar, espalhar, refletir, levar a escola a pensar.”

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, avaliou que as normas representam “um ato ousado” que aborda temas como o próprio bullying, mas também o racismo e a discriminação de viés homofóbico.

“É algo concreto que cada professor e professora, cada educador e educadora, nas redes formais ou não formais, terão como referência como produzir valores efetivos para uma sociedade que enfrenta a banalização da violência com a qual convivemos no cotidiano”, disse. “Como diretrizes, elas pressupõem que é na escola e nos processos de educação que os educadores e a sociedade poderão estar produzindo melhores possibilidades com os direitos humanos”, completou.

Fonte: Agência Brasil

Eduardo Guimarães: O Globo faz campanha contra Lula no Twitter

Ontem ocorreu um fato espantoso que explica bem por que a grande imprensa brasileira é chamada de PIG – sigla que significa “Partido da Imprensa Golpista”, uma sigla cunhada pelo deputado federal pelo PT de Pernambuco Fernando Ferro que se popularizou sobremaneira na internet.

Por Eduardo Guimarães, em seu blog

A dita “mídia” é chamada de partido por boas razões. Uma delas é a de que tem militância exatamente como um partido. Centenas de pessoas defendem ferozmente as ações de Globo, Folha de S. Paulo, Veja e Estado de S. Paulo contra o Partido dos Trabalhadores e o governo federal.
Essas pessoas se escondem sob o anonimato e chegam ao ponto de fazer ameaças de assassinato ou de tortura contra quem se mostre simpatizante do PT e do governo, sobretudo se for blogueiro. Quando menos, promovem campanhas anônimas de difamação, atacam família, etc.

Mas, ontem, a atuação da mídia como partido político chegou ao impensável. O jornal O Globo, em sua campanha incansável, interminável e eterna contra Lula, lançou mão de um recurso que só militâncias de partidos usam.

Tuitaço é o envio de múltiplas mensagens pela rede social Twitter para fazer “subir” frases sobre algum assunto ao que se convencionou chamar de Trending Topics, o ranking dos dez assuntos mais comentados no Brasil ou no mundo.

A revista Veja tem sido alvo de tuitaços de militantes petistas e de outros partidos de esquerda. E não é que O Globo, como prova de que é um partido político disfarçado de jornal, decidiu instigar tuiteiros militantes do PIG a promoverem uma campanha contra o ex-presidente Lula?
A imagem acima mostra que o perfil de O Globo no Twitter foi responsável pela “subida” da frase “Lula mente” ao topo dos Trending Topics.

O Globo tem mais de 500 mil “seguidores” no Twitter. Como as campanhas de militantes de oposição ao governo Lula – ou militantes da mídia – para levar frases aos Trending Topics vinham fracassando, o perfil do jornal naquela rede social resolveu dar uma ajudinha veiculando hashtag contra Lula para suas centenas de milhares de seguidores

Assim, O Globo conseguiu colocar no primeiro lugar dos Trending Topics aquela frase. Mas foi só por alguns minutos.

O que O Globo não sabia é que seguir o seu perfil no Twitter não significa apoiar o que faz. Este blogueiro mesmo “segue” o perfil @JornalOGlobo e nem por isso compartilha suas posições políticas. Muito pelo contrário.

Quando descobri que O Globo é que estava por trás da “subida” de #LulaMente ao topo dos Trending Topics, entrei no tuitaço de reação. Rapidamente, em questão de minutos, os simpatizantes de Lula e do PT desbancaram a hashtag #LulaMente, substituindo-a por #BrasilComLula, que permaneceu por mais de uma hora nos Trending Topics.

Então, leitor, se faltava algo para a grande imprensa brasileira comprovar que se converteu em partido político, não falta mais. O segundo (?) maior jornal do país lançou mão do recurso mais banal da política contemporânea para um grupo político atacar outro. O que será que o TSE acha disso?

Fonte: Blog da Cidadania

Saiba tudo que rolou no 3º Encontro de Blogueiros Progressistas

O 3º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, em Salvador, teve a participação de blogueiros e ativistas digitais de 18 estados brasileiros. O presidente Lula mandou mensagem e afirmou a importância da democratização da mídia. O 4º BlogProg, como o evento foi batizado nas redes sociais, já tem data marcada: abril de 2014. Confira tudo que rolou na edição do encontro em Salvador na matéria da TVT.



Confira abaixo a íntegra da Carta de Salvador, aprovada no 3º BlogProg:

A participação de quase 300 ativistas digitais de todo o país, no 3º Encontro Nacional de Blogueiro@s, realizado entre os dias 25 e 27 de maio em Salvador, na Bahia, consolidou o primeiro ciclo do mais importante movimento digital do Brasil, iniciado em agosto de 2010.

Surgido como uma reação aos monopólios de mídia, que se baseiam num modelo usurpador quase que exclusivamente voltado à defesa dos interesses do grande capital em detrimento das aspirações populares, o movimento nacional dos Blogueiros e Blogueiras Progressistas desdobrou-se em inúmeros encontros municipais, regionais e estaduais, além de três encontros nacionais (São Paulo, Brasília e Salvador) e um internacional, realizado, em outubro de 2011, na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná.

Neste curto espaço de tempo, este movimento ganhou legitimidade política e enorme dimensão social. Foi capaz de influir fortemente no debate sobre a necessidade de se democratizar a comunicação no Brasil. Em suma, temos saído vitoriosos nesta guerra dura contra a mídia ainda hegemônica. Lutamos com as armas que temos, todas baseadas na crescente força da blogosfera e das redes sociais.

O principal reflexo dessa atuação, ao mesmo tempo organizada e fragmentada, tem sido o incômodo permanente causado nos setores mais conservadores e reacionários da velha mídia nacional, um segmento incapaz não apenas de racionalizar a dimensão do desafio que tem pela frente, mas totalmente descolado das novas realidades de comunicação e participação social ditadas, inexoravelmente, pelas novas tecnologias. Apegam-se, de forma risível, a um discurso tardiamente articulado de defesa das liberdades de imprensa e de expressão, conceitos que mal entendem, mas que confundem, deliberadamente, para manipular o público em favor de interesses inconfessáveis. Posam, sem escrúpulo algum, de defensores de uma liberdade que não passa, no fim das contas, da liberdade de permanecerem à frente dos oligopólios de comunicação que tantos danos têm causado à democracia brasileira. Para tal, chegam a pregar abertamente restrições à internet, apavorados que estão com a iminente ruína de um modelo de negócios em franca crise em todo o mundo, com a queda de tiragem da mídia impressa e da audiência da radiodifusão, com consequências diretas no processo de captação de receita publicitária.

Para tornar ainda mais nítida e avançada a discussão sobre a democratização da comunicação no Brasil, o 3º BlogProg decidiu concentrar suas energias, daqui em diante, em duas questões fundamentais.

A primeira é a luta por um novo marco regulatório das comunicações assentado em uma Lei de Mídia capaz de estabelecer formalmente a questão da comunicação como um direito humano essencial. Neste sentido, o 3º BlogProg decidiu interagir com a campanha do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Campanha esta que visa pressionar o governo federal, de modo a desencadear de imediato o debate sobre este tema estratégico para toda a sociedade brasileira.

A segunda batalha decisiva é a de reforçar a defesa da ação da blogosfera e das redes sociais diante do constante ataque de setores conservadores estimulados e financiados pela velha mídia. Trata-se de um movimento articulado, inclusive, no Congresso Nacional, com o objetivo de criar obstáculos e amarras capazes de cercear a livre circulação de ideias pela internet, além de criminalizar o ativismo digital. Em outro front, cresce a judicialização da censura, feita com a cumplicidade de integrantes do Poder Judiciário, utilizada para tentar asfixiar financeiramente blogs e sítios hospedados na rede mundial de computadores. Mais preocupante é o aumento de casos de violência contra Blogueiros e ativistas digitais em todo o país, inclusive com assassinatos, como no caso dos Blogueiros Edinaldo Filgueira, do Rio Grande do Norte, e Décio Sá, do Maranhão.

A nossa luta, portanto, não é a luta de um grupo, mas de toda a sociedade pela neutralidade e pela liberdade na rede. É pela implantação de uma cultura solidária e democrática do uso e da difusão das informações. É uma luta pela igualdade das relações desse uso com base única e exclusivamente no que diz e manda a Constituição Federal, a mesma Carta Magna que proíbe tanto o monopólio da comunicação como a propriedade de veículos de comunicação por parte de políticos – duas medidas solenemente ignoradas pelas autoridades, pelos agentes da lei e, claro, pelos grupos econômicos que há décadas usufruem e se locupletam desse estado de coisas.

Para tanto, este 3º Encontro adota – como norte para orientar a nova fase da luta – uma ideia simples e direta: Nada além da Constituição!

As bandeiras da liberdade de informação e de expressão, assim como a da universalização do acesso à banda larga, são nossas. Qualquer tentativa de usurpá-las – ainda mais por parte de quem jamais defendeu a democracia no Brasil – é uma manipulação inaceitável.

Portal Vermelho

Carta de Salvador

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Gilmar Mendes & Veja: a pauta do desespero


A revista que arrendou uma quadrilha para produzir 'flagrantes' que dessem sustentação a materias prontas contra o governo, o PT, os movimentos sociais e agendas progressistas teve a credibilidade ferida de morte com as revelações do caso Cachoeira. VEJA sangra em praça pública. Mas na edição desta semana tenta um golpe derradeiro naquela que é a sua especialidade editorial: um grande escândalo capaz de ofuscar a própria deriva. À falta dos auxilares de Cachoeira, recorreu ao ex-presidente do STF, Gilmar Mendes, que assumiu a vaga dos integrantes encarcerados do bando para oferecer um 'flagrante' à corneta do conservadorismo brasileiro. Desta vez, o alvo foi o presidente Lula.

A semanal transcreve diálogos narrados por Mendes de uma inexistente conversa entre ele e o ex-presidente da República, na cozinha do escritório do ex-ministro Nelson Jobim. Gilmar Mendes --sempre segundo a revista-- acusa Lula de tê-lo chantageado com ofertas de 'proteção' na CPI do Cachoeira. Em troca, o amigo do peito de Demóstenes Torres, com quem já simulou uma escuta inexistente da PF (divulgada pelo indefectível Policarpo Jr, de VEJA, a farsa derrubou o diretor da ABI, Paulo Lacerda), deveria operar para postergar o julgamento do chamado 'mensalão'.

Neste sábado, Nelson Jobim, insuspeito de qualquer fidelidade à esquerda, desmentiu cabalmente a versão da revista e a do magistrado. Literalmente, em entrevista ao Estadão, Jobim disse: 'O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso. O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão; tomamos um café na minha sala. O tempo todo foi dentro da minha sala (não na cozinha); o Lula saiu antes; durante todo o tempo nós ficamos juntos", reiterou.

A desfaçatez perpetrada desta vez só tem uma explicação: bateu o desespero; possivelmente, investigações da CPI tenham chegado perto demais de promover uma devassa em circuitos e métodos que remetem às entranhas da atuação de Mendes e VEJA nos últimos anos. Foram para o tudo ou nada. No esforço para mudar o foco da agenda política e criar um fato consumado capaz de precipitar o julgamento do chamado 'mensalão', jogaram alto na fabricação de uma crise política e institucional. O desmentido de Jobim nivela-os à condição dos meliantes já encarcerados do esquema Cachoeira. A Justiça pode tardar. A sentença da opinião pública não.

O valor da educação

O especialista em financiamento fala sobre a necessidade de aumentar os recursos da área, valorizar a carreira docente e melhorar os repasses de verbas aos municípios, que já possuem a maior parte das matrículas do país

Professor de educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto, José Marcelino Rezende Pinto foi diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e é especialista em financiamento educacional. O professor também participou da elaboração do Custo Aluno Qualidade inicial (CAQi), que propõe um valor mínimo por aluno para garantir a qualidade do ensino. Na entrevista a seguir, concedida à editora Marina Almeida, José Marcelino explica a importância do financiamento no Plano Nacional de Educação e mostra como o país pode obter mais recursos para a área sem prejudicar sua economia, nem criar novos impostos. Ele ainda aponta a pouca atratividade salarial como principal causa da falta de professores, pois o país forma dois milhões de docentes a cada década, mas muitos profissionais migram para outras áreas. A sobrecarga de matrículas na rede municipal e a má distribuição dos recursos entre os entes federados são outros temas abordados.

O relatório substitutivo do projeto do Plano Nacional de Educação (PNE) foi apresentado na Câmara dos Deputados em dezembro e alterou para 8% do Produto Interno Bruto (PIB) os recursos para a educação – mais que os 7% apresentados pelo governo inicialmente e menos que os 10% propostos por diversos movimentos e na Conferência Nacional de Educação (Conae). Esse novo valor é suficiente para cumprir as metas estabelecidas no PNE?

Há uma razão para a proposta de 10% do PIB. Minhas estimativas e as da Campanha pelo Direito à Educação trabalham com as metas do PNE de melhorar qualidade, salários e ampliar a oferta. Ao não assumir os 10%, na prática estamos dizendo que não cumpriremos as demais propostas, porque é a meta de financiamento que viabiliza as outras. E o que é pior, a versão adotou um conceito mais amplo de gasto com educação, então não há garantia nem de que os 8% representarão realmente uma ampliação.

O que envolve esse novo conceito?

A redação permite, por exemplo, que sejam contabilizados nesse valor a aposentadoria dos profissionais da educação e os gastos com hospitais universitários, itens historicamente não considerados pelo MEC. Hoje o governo federal gasta cerca de 5% do PIB com educação, como aponta um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De 5% para 8% seria um avanço considerável, mas com essa alteração nem essa garantia temos de fato.

De onde poderiam vir mais recursos para o país investir em educação?

Um estudo recente do Ipea, “Financiamento da educação, necessidades e possibilidades”, mostra que com o sistema atual, sem criar impostos, temos potenciais de recursos. Só a diminuição de renúncias, subsídios fiscais e isenções de impostos traria um aumento potencial de mais de 3% do PIB. Se o Brasil reduzisse em 5% sua taxa de juros, que ainda seria uma das maiores do mundo, teria um potencial de mais 3% do PIB disponível para a educação ou outras áreas, além de toda a discussão do pré-sal no futuro. A carga tributária do Brasil de 1995 para cá cresceu 10%, passou de cerca de 25% do PIB para 35%. Nesse período a educação não se beneficiou em nada desse aumento e se manteve praticamente com 4,5% do PIB. Com o crescimento do PIB brasileiro e a correção de problemas como a educação de jovens e adultos analfabetos ou que não concluíram a Educação Básica, poderemos estabilizar o investimento em 6% ou 7%, que é o que os países desenvolvidos aplicam hoje.

Qual a diferença entre o CAQi e os outros tipos de financiamento da educação que temos?

O sistema de financiamento educacional do Brasil parte do percentual determinado na Constituição: no mínimo 18% para a União e 25% para estados e municípios. Por mais que a lei fale que aquele é o piso, na prática torna-se o teto para os gastos. A pergunta é: isso garante a qualidade? Todos os estudos mostram que não. O investimento por aluno no Brasil hoje está em torno de R$ 150, R$ 200 por mês. É só comparar com qualquer escola privada para saber que é muito baixo. No CAQi, em vez de calcularmos quanto temos de recursos e dividir isso pelo número de alunos, calculamos qual seria o mínimo para dar qualidade ao ensino, não o ideal, mas o que garantisse um patamar mínimo, em que todas as escolas tivessem laboratório, biblioteca e uma quantidade razóavel de alunos por turma, para dar condições ao professor de ensinar. O CAQi foi pensado a partir do que é necessário e quanto seria o custo para garanti-lo, mas é o mínimo, não a média, que deve ser um pouco maior para considerar situações como a educação integral.

Faltam recursos para a educação ou falta usar melhor os recursos existentes, com combate à corrupção e formação para os gestores?

Esse é um debate mundial. Há alguns economistas, principalmente, que tentam mostrar que o dinheiro não faz diferença, porque comparam escolas com diferentes custos. Tentam provar que algumas unidades têm um custo maior e o desempenho de seus alunos é inferior. Mas esse raciocínio tem duas falácias: primeiro, não podemos comparar alunos com níveis socioeconômicos diferentes. O desempenho dos alunos é muito marcado pelo que chamamos de capital cultural, que é a escolaridade dos pais – o que explica em grande parte a boa avaliação dos alunos de escola particular. O segundo problema é comparar escolas públicas entre si. Qual a diferença entre uma escola onde o custo do aluno por mês é de R$ 150 e outra onde é R$ 120? Mas quando comparo com uma escola da rede federal, onde o custo é de cerca de R$ 500 por mês, vemos a diferença. Quem diz que o dinheiro não faz a diferença matrícula o filho em escola privada, onde a mensalidade é três vezes o gasto por aluno da escola pública. Claro que se tenho um professor ruim, não basta dobrar seu salário. Mas se eu dobrar o salário de todos, poderei contratar professores melhores. Mais da metade dos docentes da rede estadual de São Paulo não são concursados. São os chamados precários, porque não passaram no concurso. E por que dão aula? Porque os que têm capacidade de ser aprovados não querem ser professores.

Mas não faltam professores no Brasil, sobretudo na área de exatas?

Discordo do discurso de que falta professor. Fiz um levantamento recente sobre isso e o Brasil forma a cada década dois milhões de professores, só em cursos presenciais. Mas não precisamos de dois milhões de novos docentes a cada década, porque o professor trabalha 30 anos até se aposentar. Ou seja, não tenho um problema de falta de professor, o que acontece é que os melhores profissionais preferem prestar concursos públicos em outras áreas. Em geral, um professor com ensino superior ganha o mesmo que um profissional de nível médio no Brasil, um corretor de imóveis, um policial ou um bancário. Por isso é necessário mexer no salário inicial. Precisa ser cerca de R$ 3.000 para que o aluno que está prestando vestibular considere essa opção. O que faz uma carreira ser mais procurada é o salário. Um estudo da Fundação Carlos Chagas mostrou que apesar de valorizarem os professores, os jovens não querem seguir essa profissão, pois a consideram muito desgastante. Nas exatas em geral, mas sobretudo em física faltam muitos professores, porque se o profissional tem boa formação, vai para outra área. Precisamos ter políticas de estímulo, de bolsas e, principalmente, combater a evasão. A repetência nesses cursos é muito alta e o aluno acaba desistindo. Em química também faltam professores, porque as vagas são poucas. Em matemática não faltam tantos, porque o número de vagas é relativamente alto. Se combatêssemos a evasão nesses cursos já conseguiríamos reverter o quadro.

A educação a distância (EAD) tem sido adotada em várias redes para formar professores em regiões afastadas dos grandes centros, principalmente nessas áreas de exatas. Essa é uma boa opção para solucionar o problema?

Nesses locais é necessário ter atratividade salarial. Muitos professores de física e química, se tivessem oferta de um bom salário, iriam para outras regiões, até em busca de uma qualidade de vida melhor que a dos grandes centros. Acho que a EAD deve ser usada só em último caso: ela é pouco eficaz para formar docentes, porque a evasão é muito alta. Aqui no campus da USP Ribeirão, onde dou aula, há um polo de EAD e a informação que tenho é que metade dos alunos já abandonou o curso. O problema é que o público desses cursos é o aluno que tem mais dificuldades e maior carência de formação, não é o aluno que estudou a vida inteira sozinho. Daí a evasão. É um dinheiro que está sendo jogado fora. Na região Norte, por exemplo, muito mais interessante seria criar cursos de licenciatura, como acontece nos institutos federais, oferecer bolsas para quem opta por elas nessas áreas de exatas. Existem políticas mais baratas e eficazes que EAD, que parece econômica, mas não é. Como poucos se formam, o investimento sai caro. Não basta ver o custo por aluno, mas o custo por aluno formado. Em 2011 muitos professores entraram em greve para receber o piso da categoria. Por outro lado, em muitas redes, o valor pago aos professores com formação superior está próximo a esse piso inicial da carreira.

O maior problema é valor inicial ou falta de plano de carreira?

A lei ficou mal formulada nesse sentido. Estabeleceu um piso para quem possui nível médio, mas não definiu uma diferença para quem possui ensino superior. Há muita variação, mas historicamente os Planos de Carreira garantem a quem tem nível superior receber 50% mais que os de nível médio. Pelo que temos observado, o que os sistemas estão fazendo é não reajustar o valor dos professores com ensino superior. Em alguns lugares, o piso foi adotado para o nível médio e os professores com ensino superior recebem R$ 200 ou R$ 300 a mais. Faltou a lei definir essa diferença e mesmo esse piso não está sendo adotado por muitos, além da hora-atividade que também deve ser cumprida. A saída que eles têm escolhido é essa: pagam o piso e não reajustam o valor do salário dos professores com nível superior, que vai ficando muito próximo dos de nível médio.

As redes dizem que não podem aumentar os salários, faltam recursos nos municípios e estados. Como solucionar esse impasse?

No sistema brasileiro, o governo federal colocava pouco dinheiro na Educação Básica e os municípios ficavam com cerca de um terço das matrículas e os estados com dois terços. Com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) ocorreu o processo de municipalização e hoje os municípios já estão com mais da metade das matrículas da Educação Básica, o que trouxe uma sobrecarga de alunos e, portanto, necessidade também de mais professores. O mecanismo dos fundos faz com que uma parte dos recursos vá para os municípios, mas ainda assim há uma sobrecarga. Por outro lado, o governo federal melhorou o repasse com a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), mas ainda é muito pouco. Ao todo, ele coloca no Fundeb em torno de 10% dos recursos de estados e municípios, mas fica com a metade do que se arrecada no Brasil. Há um desequilíbrio. Para resolver essa equação, só com mais recursos federais. A Conae propôs que o MEC colocasse 1% do PIB no Fundeb – hoje ele coloca 0,2% do PIB –, porque assim ia viabilizar o CAQi no âmbito do Fundo. O governo federal tem um papel central nessas mudanças, mas defendo que os estados e municípios também façam um pouco mais de esforço, saindo dos 25% de hoje e indo para 30% pelo menos.

O MEC ofereceu suplementação para as redes com dificuldade para pagar o piso, mas as exigências impediram que muitas redes conseguissem recebê-la. O problema é das redes que não cumpriam as exigências?

Claro que ainda há muitos desvios no âmbito municipal e estadual, mas é evidente que há uma sobrecarga, sobretudo para os municípios. Há também uma pressão muito grande no ensino médio, embora não seja responsabilidade da rede municipal. Vejo muitas cidades do interior de São Paulo, por exemplo, preocupadas em oferecer ensino profissionalizante, porque o Estado faz pouco e a cobrança é mais forte no âmbito municipal. Por isso é preciso um esforço dos três entes federados e um protagonismo do governo federal, que tem mais recursos.

O PAR, com transferências de recursos vinculados ao planejamento dos municípios, foi supervalorizado? Aumentar o Fundeb seria mais efetivo?

O PAR foi uma tentativa do MEC de influenciar diretamente a política educacional, mas ele é calcado em transferência voluntária, que pode mudar se houver mudanças na política econômica ou no ministério, o que é muito comum na nossa história educacional. Seria muito melhor investir no Fundeb, que tem prazo para acabar, mas só em 2020. A União tem outros instrumentos para fiscalizar a aplicação de recursos.

Como analisa a gestão do ministro Fernando Haddad no MEC, que foi substituído este ano por Aloizio Mercadante?

Tenho algumas críticas ao Haddad, mas ele foi capaz de ampliar os recursos federais para a educação, pois de 2006 para cá o esforço federal em relação ao PIB cresceu. A grande dívida desse ministro é a não homologação do CAQi, que foi aprovado pelo Conselho Nacional de Educação.

Inscrições para o Enem começam hoje pela internet



Estudantes interessados em participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012 poderão se inscrever a partir das 10h de hoje (28).  O prazo termina em 15 de junho e as inscrições serão feitas exclusivamente pela internet. As provas serão aplicadas nos dias 3 e 4 de novembro.

No ano passado, o exame recebeu mais de 6 milhões de inscrições. Desde 2009, o Enem ganhou importância porque passou a ser usado por instituições públicas de ensino superior como critério de seleção em substituição aos vestibulares tradicionais. O Enem também é pré-requisito para quem quer participar de programas de acesso ao ensino superior e de financiamento público, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e as bolsas de estudo no exterior do Ciência sem Fronteira.

A taxa de inscrição permanece em R$ 35. Alunos que estejam cursando o 3º ano do ensino médio em escola pública estão isentos do pagamento, que deverá ser feito até 20 de junho por meio do boleto que será gerado durante a inscrição. Para 2012, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) anunciou mudanças nos critérios de correção da redação com o objetivo de tornar o processo mais objetivo e reduzir a margem de erros.

O edital com todos os detalhes do Enem 2012 foi publicado sexta-feira (25) no Diário Oficial da União. No primeiro dia do exame, sábado, os participantes terão quatro horas e meia para responder às questões de ciências humanas e da natureza. No domingo, será a vez das provas de matemática e linguagens, além da redação, com um total de cinco horas e meia de duração. A divulgação do gabarito está prevista para o dia 7 de novembro, e o resultado final deve sair em 28 de dezembro.

Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dia Nacional do Trabalhador Rural: CTB presta homenagem e exige avanços

Governo anuncia hoje vetos ao Código Florestal

A presidente Dilma Rousseff se reúne nesta sexta-feira (25) com os líderes do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP); no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM); e no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), para apresentar a decisão sobre os vetos ao Código Florestal, antes do anúncio oficial, que será feito às 14 horas em uma entrevista coletiva com os ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; da Agricultura, Mendes Ribeiro, e do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.

O texto, aprovado pela Câmara no fim de abril, deixou fora pontos que haviam sido negociados pelo governo durante a tramitação no Senado. O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, declarou ao Vermelho que os comunistas concordam com o veto parcial ao texto aprovado pela Câmara.

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que, após a reunião com líderes do governo, vai sugerir que a presidente reúna todos os líderes partidários para apresentar a proposta antes do anúncio oficial. “A reação da opinião pública confirma a tese que defendíamos de que seria melhor termos apostado no acordo do Senado”, disse Ideli, de acordo com a assessoria de imprensa da Presidência.

A decisão sobre o veto tem movimentado o Palácio do Planalto nos últimos dias, com reuniões diárias sobre o assunto. Na reunião desta quinta-feira (24) que durou mais de sete horas, contou coma presença da presidente, dos ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro; do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, além de representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Agência Nacional de Águas (ANA).

Entre os pontos polêmicos da nova lei florestal estão, por exemplo, a possibilidade de anistia a quem desmatou ilegalmente e a redução dos parâmetros de proteção de áreas de preservação permanente (APPs).

Desde a aprovação do novo código na Câmara, organizações ambientalistas e movimentos sociais lideram um movimento, chamado “Veta, Dilma”, pedindo que a presidente derrube os pontos considerados mais críticos do projeto.

Com informações da Agência Brasil

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Homenagem ao Dia da Cachaça Mineira

ELA
QUANDO JOVEM, QUENTE E FORTE
QUANDO MADURA, SUAVE E MARCANTE
QUANDO BRANCA, PERSISTENTE E ESTONTEANTE
QUANDO AMARELA, CHEIROSA E GOSTOSA

NA  SENZALA, LIBERDADE E ESPERANÇA
NA INCONFIDÊNCIA, CONSPIRAÇÃO E RESISTÊNCIA
NA REPÚBLICA, AMANTE E LIBERTÁRIA
NA  ATUALIDADE, PODEROSA E DETERMINADA

NA ROÇA,  ACANHADA E DONZELA
NA CIDADE,  DESEJADA E PROSTITUÍDA
NO PALÁCIO,  CLÁSSICA E FINA
NO BARRACO, RUDE  E FORTE

NA INFÂNCIA,  DESCONFIANÇA
NA ADOLESCÊNCIA, MALEDICÊNCIA
NA MATURIDADE, SEXUALIDADE
NA VELHICE, SAUDADE

TUDO DELA SE FALA
TUDO DELA  SE CALA
É MEL, É FEL,
É QUENTE, É TRANSPARENTE

FALO DA MOÇA DA ROÇA
ENCANTO DA MULHER DA CIDADE
DA SERTENEZA, DE PERIGOSA BONITEZA
A BRASILEIRA , A PRINCESA UNIVERSAL

ELA

 A SUA
A MINHA
A NOSSA

CACHAÇA .



Gilson Reis - presidente do Sinpro Minas e da CTB Minas

Greve continua na prefeitura de Ibirité



Os servidores administrativos das escolas municipais de Ibirité, em greve desde o dia 16 de maio, realizaram assembleia na quarta-feira (23) e decidiram permanecer de braços cruzados. Mais de 80% da categoria já aderiu à paralisação.

Os trabalhadores reivindicam redução da carga horária para 30 horas semanais e 22% de reajuste salarial para serventes, cantineiras, secretários escolares e auxiliares de secretaria, biblioteca e administrativos. A jornada atualmente é de 37 horas.

Os grevistas também exigem a retomada imediata das negociações, rompidas unilateralmente pela prefeitura, e o fim das perseguições contra quem aderiu ao movimento. A prefeitura alega que a greve é “ilegal” e há denúncias de que trabalhadores estariam sofrendo ameaças de demissão ou substituição, cortes do abono e retirada de pontos na avaliação de desempenho.

Prefeitura é denunciada no Ministério Público do Trabalho


O Sind-UTE de Ibirité vai continuar mobilizando as escolas e esclarecendo pais, alunos e população sobre a legitimidade do movimento. “A greve só aconteceu após a prefeitura se recusar a negociar com seriedade. Além disso, antes que a categoria decidisse pela greve, todas as exigências da lei 7783/89 foram cumpridas. Não há como argumentar que a greve é ilegal”, afirma Rafael Calado, diretor da entidade. “Ilegal é a pressão, os boatos, a truculência e as ameaças que estão sendo feitas. Tais práticas atentam contra o exercício do direito de greve, garantido por lei, e já foram denunciadas ao Ministério Público do Trabalho”, diz o sindicalista.

Após a assembleia, da qual também participaram a presidente do Sind-UTE estadual, Beatriz Cerqueira, e os dirigentes da CUT Minas, Marco Antônio de Jesus e Reginaldo Tomás, a categoria saiu em passeata pelas principais ruas da cidade.

INDIGNAÇÃO: Na última reunião de negociação, antes que a prefeitura tomasse a decisão de romper o diálogo, o secretário de governo Hervê de Melo foi autor da infeliz declaração de que a categoria “coça o saco (sic) ao invés de trabalhar”, deixando trabalhadores revoltados. Particularmente quando se tornou público que o prefeito de Ibirité, o vice e doze secretários consomem anualmente mais de R$ 2 milhões só em salários. Além disso, os vencimentos de Laércio Dias, chefe do Executivo, ultrapassam R$ 23 mil por mês, quantia bem superior às que recebem os prefeitos de São Paulo (R$ 20 mil), Belo Horizonte (R$ 19 mil) e Rio de Janeiro (R$ 13,3 mil).

Fonte: Sind-UTE Ibirité: (31) 3533-2713


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Trabalhadores rurais ocupam Ministério por mais investimentos

Trabalhadores rurais que ocuparam na manhã de desta quarta (23) o prédio do Ministério da Fazenda, na capital federal, serão recebidos por representantes da pasta. Segundo a coordenadora-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Elisângela Araújo, o encontro será com o secretário executivo do ministério, Nelson Barbosa.

Ligados à Fetraf, os trabalhadores rurais organizaram o protesto para pedir a destinação de mais recursos públicos à reforma agrária e uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A assessoria do Ministério não informou se Mantega participará do encontro com os trabalhadores rurais.

Os agricultores penduraram duas bandeiras da Fetraf no oitavo andar do prédio. Eles não tiveram acesso ao gabinete de Guido Mantega.

Em entrevista, a coordenadora-geral da Fetraf disse que o governo não deve olhar só para indústria, ao comentar os incentivos para os setores automotivos e de bens de capital anunciados esta semana. “Nosso setor também é importante para a economia brasileira, porque nós produzimos alimentos e também podemos acabar com a miséria no país.”

De acordo com ela, os agricultores que estão no prédio são de assentamentos do Entorno do Distrito Federal. A mobilização ocorre simultaneamente em vários estados, segundo a coordenadora-geral, com o objetivo de "destravar a pauta de reivindicações", encaminhada ao governo federal em abril.

Os trabalhadores rurais também pedem recursos para assistência técnica e projetos para ampliar o acesso a recursos hídricos, entre outras reivindicações.

Os agricultores chegaram ao prédio pouco depois das 6 horas. Segundo os organizadores do movimento, cerca de 300 trabalhadores rurais estão no local.

Fonte: Agência Brasil

CTB-MG debate unicidade e fortalecimento sindical em reunião da direção plena

A CTB Minas Gerais, realizou nos dias 18 e 19, no auditório do Sindicato dos Professores (Sinpro Minas), no Centro de Belo Horizonte, uma encontro da diretoria plena, que debateu temas de grande importância para o movimento sindical na atualidade, como a unicidade e a contribuição sindical.

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O encontro contou com a presença do presidente nacional da CTB, Wagner Gomes; do presidente da CTB Minas, Gilson Reis; e de dirigentes de todo o Estado. Na oportunidade, Wagner Gomes anunciou que a CTB aumentou em 50% sua influência no País no último período, passando a representar 9% do total de trabalhadores sindicalizados – antes o percentual era de 6%. “Para uma central com pouco mais de quatro anos de existência, é um feito extraordinário”, comemorou.

O presidente nacional da CTB também falou dos desafios a serem enfrentados este ano. Segundo ele, os principais são a luta em defesa da produção e do emprego e as eleições municipais.

“Temos que intensificar a luta por mudanças na política econômica e pelo desenvolvimento da indústria brasileira e, ao mesmo tempo, eleger pessoas comprometidas com os interesses dos trabalhadores”, afirmou Wagner Gomes.
 
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A defesa da unicidade e da contribuição também é outro desafio a ser enfrentado com afinco pelos dirigentes da CTB, disse Wagner Gomes. Para ele, a unicidade e a contribuição sindical são fundamentais para a sobrevivência e sustentabilidade do movimento sindical.

A análise das conjunturas internacional e de Minas Gerais foi feita pelo presidente da CTB Minas. Sobre a situação do Estado, Gilson Reis disse que, desde o início do mandato, o governador Antonio Anastasia tem feito apenas resolver os problemas deixados pelo seu antecessor, Aécio Neves. Para tanto, tem diminuído consideravelmente os investimentos na Saúde, Educação e na Segurança Pública.

Gilson Reis também citou os principais eventos promovidos pela CTB Minas este ano, como o Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego, com manifestação em frente ao Banco Central e debate sobre a desindustrialização na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na capital; as comemorações do Dia do Trabalhador em várias cidades do Estado, com destaque para a grande festa realizada em Betim; e a inauguração da nova sede da CTB Minas, mais ampla e confortável.

O presidente da CTB Minas também lamentou as mortes dos trabalhadores Claudiomar Custódio da Silva, 41 anos,  ex-diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fogos de Santo Antônio do Monte (Sindifogos), e André Luiz da Silva, 37 anos, ocorridas em uma fábrica de fogos em Santo Antônio do Monte, no dia 8.

Para evitar que mais trabalhadores sejam vítimas de tragédias no trabalho, ele informou que a CTB Minas cobrou providências às autoridades e sugeriu a formação de uma força tarefa, com a participação do movimento sindical, para investigar os acidentes e adotar medidas preventivas. Em homenagem aos trabalhadores mortos, foi feito um minuto de silêncio.
 
A direção da CTB também apresentou um balanço da central nos últimos meses, nas áreas da saúde, comunicação, formação e finanças, e deliberou sobre a realização de uma série de atividades para os próximos meses, tais como:

- Apoiar as candidaturas, nas eleições de 2012, de companheiros e companheiras candidatos a vereadores e prefeitos comprometidos com as causas dos trabalhadores;

- Promover um seminário, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sobre regulamentação do artigo 8º da Constituição Federal;

- Promover debates e atos públicos regionalizados sobre a unicidade sindical, contribuição sindical e a Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT);- Filiar ao menos 50 sindicatos legalizados até o final de 2012;

- Preparar um grande Encontro da CTB Minas no ano de 2013;- Organizar um curso de formação de formadores em Minas Gerais com objetivo de criar coletivos regionais de formação;

- Realizar reuniões itinerantes da diretoria plena em Minas Gerais;

- Promover uma campanha pela ratificação da Convenção 151 da OIT e debater as principais bandeiras dos servidores públicos.

Dirigentes sindicais de entidades filiadas à CTB Minas e militantes de diversas regiões do Estado participaram da reunião, que também contou a presença do presidente nacional da entidade, Wagner Gomes, e do presidente da seção estadual, Gilson Reis, entre outros.

Veja a opinião de alguns dirigentes sindicais que participaram do encontro da CTB Minas:
Joaquim Júlio de Almeida, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção e do Mobiliário de Passos e Região: “Foi muito importante participar deste encontro pela riqueza de informações que obtive. Geralmente, nós do interior ficamos mais afastados e quando as informações chegam, costumam estar defasadas. Proponho à CTB que realize mais reuniões como esta em espaços de tempo mais curtos, pois o caminho é este. Parabéns à diretoria da CTB Minas por esta iniciativa”.

Maria Cosme e Damião da Rocha, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Ponte Nova e Vale do Piranga: “É muito importante encontros como este, principalmente para nós dirigentes sindicais, pois nos ajuda a compreender muitas coisas e nos possibilita tirar muitas dúvidas. Valeu a pena sair de Ponte Nova para assistir a esse debate. No dia 26 de junho, nosso sindicato completará 20 anos de fundação. Saio daqui mais fortalecida para continuar a luta em defesa dos trabalhadores”.

Leandro Carneiro Batista, dirigente do SAAE-MG em Varginha: “Para nós da CTB, esta reunião é muito importante, principalmente neste momento político e sindical porque passa o País. Este debate fortalece a cada um de nós e a nossa luta. É preciso mostrar a realidade e a importância da unicidade e do imposto sindical para a classe trabalhadora.Esta campanha ferrenha da CUT para acabar com a unicidade e com o imposto sindical poderá acabar como movimento sindical. E quem vai ganhar com isso, obviamente, são os patrões e os grandes empresários. Por isso, é fundamental para nós, sindicalistas filiados à CTB, termos um norte e caminharmos juntos em defesa da unicidade e do imposto sindical. Encontros como estes nos possibilita afinar o discurso, obter informações para caminharmos no rumo único e fortalecer o pensamento classista. A CTB é uma central classista e plural que tem lado. E nosso lado é o do trabalhador, diferentemente de outras centrais que existem por aí”.

Adislau Leite da Silva, presidente do Sindicato dos Educadores do Município de Uberaba (Sindemu): “Esse encontro teve uma importância ímpar e foi muito gratificante. Aprendi muito com os companheiros e, naturalmente, vou levar esse aprendizado e as informações obtidas para a base. Uberaba é uma cidade de médio porte, mas, infelizmente, o movimento sindical esteve por muito tempo adormecido, assim como em toda a região. Nosso sindicato também é novo, tem apenas seis anos, mas estamos caminhando no rumo certo. Há dois meses, aprovamos em assembleia a filiação do nosso sindicato à CTB, que há três anos vinha nos dando todo o apoio, independentemente de filiação. Nesses anos, nenhuma outra central se aproximou do nosso sindicato. E a CTB não só se aproximou, como nos deu uma ajuda muito significativa”.

Vicente Cordeiro de Souza, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Capelinha (Sincerca): “Participo da CTB desde a sua fundação. Agora, nos preparamos para colocar em votação a filiação do nosso sindicato à central. A possibilidade de filiação à entidade é grande, pois hoje a diretoria do sindicato está mais consciente. Atualmente, a entidade não está filiada a nenhuma central sindical. Mas consideramos importante filiarmos à CTB porque é uma central nova, com propósito bastante adequado ao que a gente pensa sobre sindicalismo, que vem nos ajudando mesmo não estando filiado”.

José Carlos Maia, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Governador Valadares (Sinsem-GV): “Sempre que possível, a direção do nosso sindicato tem participado de encontros estaduais e nacionais como este, para levar aprendizado à categoria. Sabemos dos nossos problemas e das nossas dificuldades, mas compartilhando com outros sindicatos constatamos que o que acontece em nossa cidade e na nossa região é comum em outros municípios e regiões do Estado. Por isso, considero importantíssimo participar desses encontros promovidos pela CTB. Esta reunião do Pleno, por exemplo, proporcionou um aprendizado muito grande para nós, dirigentes sindicais. A CTB defende a unicidade sindical e essa é uma bandeira que o Sinsem-GV sindicato acompanha e está na luta junto com a CTB”.

Texto e fotos: Eliezer Dias

Sindicalistas comemoram aprovação da PEC do Trabalho Escravo

terça-feira, 22 de maio de 2012

PEC do Trabalho Escravo pode ser votada hoje

Após ser adiada por duas vezes, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo pode ser votada hoje (22). A matéria está pronta para votação na Câmara dos Deputados, mas foi retirada de pauta nas últimas semanas a pedido da bancada ruralista. Até a semana passada, as divergências eram sobre o conceito de trabalho escravo. Agora, os deputados que defendem a proposta não querem alterações no Código Penal quanto à definição de trabalho análogo à escravidão, como foi sugerido pela bancada ruralista.

Os parlamentares que são contra a PEC querem uma definição mais precisa sobre a perda da propriedade, se comprovada responsabilidade sobre a manutenção de trabalhadores em situação análoga à escravidão. Os deputados da bancada ruralista consideraram o texto da PEC genérico, pois não detalha com exatidão os conceitos de trabalho escravo e trabalho degradante. 

Na semana passada, após diversos debates sobre o texto, deputados e senadores fecharam um acordo. Quando a Câmara aprovar o projeto, o Senado deve incluir no texto a regulamentação por meio de projeto de lei complementar (PLC). Esse PLC deverá detalhar o que caracteriza trabalho escravo, o que é trabalho degradante e como será feita a punição de quem promove a atividade – que pode chegar à expropriação dos imóveis urbanos e rurais daqueles que forem flagrados utilizando esse tipo de mão de obra.

Na última sexta-feira (18), o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Moreira Mendes (PSD-RO), apresentou o Projeto de Lei 3.842/12, que define trabalho em condição análoga à de escravo, trabalho forçado ou obrigatório como o serviço exigido de uma pessoa sob ameaça, coação ou violência, com restrição de locomoção e para o qual essa pessoa não tenha se oferecido espontaneamente.

No entanto, a proposta altera o Código Penal que define como trabalho escravo “reduzir alguém à condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”.

Ainda não há acordo para aprovação da matéria na noite de hoje. Para a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, um projeto de lei pode ser vantajoso, no entanto não é possível alterar os dispositivos do Código Penal, que dão segurança jurídica sobre o tema. “O governo não aceita uma mudança no Código Penal”, disse à Agência Brasil. A ministra deve comparecer à Câmara de manhã para tentar articular a aprovação com outros parlamentares.

A PEC vai à votação depois de dez anos tramitando no Congresso. A votação em primeiro turno ocorreu em agosto de 2004. A pressão em favor do texto é grande e conta com a participação de organizações não governamentais ligadas à defesa dos direitos humanos, de centrais sindicais e do próprio governo, que estão se mobilizando desde o ano passado para garantir a aprovação. Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição, a matéria precisa de quórum qualificado. Para ser aprovada, a PEC precisa de 308 votos favoráveis entre os 513 deputados.

*Colaboraram Mariana Jungmann e Iolando Lourenço//Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

Índice de abandono escolar é três vezes maior no 6º ano do ensino fundamental

Nas primeiras séries do ensino fundamental (1° ao 5 ano), apenas 1,5% das crianças abandona a escola ao longo do ano letivo. Mas o cenário começa a mudar a partir do 6° ano, quando a taxa de abandono atinge 4,6% dos alunos - três vezes mais do que a verificada nos anos iniciais da etapa. As taxas de rendimento escolar, divulgadas na última semana pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), revelam que a “porta de saída” da escola se abre logo no início do segundo ciclo do ensino fundamental e o problema cresce à medida que os anos seguem, atingindo um pico no ensino médio.
 
Os dados apontam que o abandono é um problema quase residual quando a criança está iniciando sua trajetória escolar, com uma taxa que varia entre 1,4% e 1,7% entre o 1° e o 5° ano do ensino fundamental. É no segundo ciclo que começa a crescer. O índice mais alto foi registrado no 6° ano (4,6%), caindo para 4,3% no 9º ano, última série da etapa. No ensino médio o problema persiste, com uma taxa média de abandono de 9,6%. O abandono se caracteriza quando o aluno deixa de frequentar as aulas e “perde” o ano, diferentemente da evasão que ocorre quando ele abandona os estudos e não retorna no ano seguinte.

Segundo a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, o segundo ciclo do ensino fundamental não é foco nem das políticas nem dos pesquisadores que estudam os problemas do sistema escolar brasileiro. Ela avalia que a rotina do aluno passa por uma grande mudança quando ele entra no 6° ano: mais disciplinas compõem o currículo e o conteúdo se torna mais complexo. Por volta dos 12 anos, o jovem passa a conviver com mais professores de diferentes disciplinas, em oposição ao modelo anterior em que apenas um ou dois profissionais cuidavam de todos os conteúdos. Esses fatores podem explicar o aumento da taxa de abandono.

“O segundo ciclo do ensino fundamental é o mais esquecido de toda a política educacional, raramente há programas para esSa etapa. O foco, em geral, está nos primeiros anos do ensino fundamental que tem uma missão muito clara que é a da alfabetização. No segundo ciclo, o aluno começa a ter aulas com vários professores e o conteúdo fica mais complexo. Se ele não tiver uma base muito boa se perde nessa nova etapa”, avalia.

A incidência maior do abandono no segundo ciclo do ensino fundamental pode estar associada à reprovação – que começa a crescer a partir do 3º ano e atinge um pico no 6°. Para o Ministério da Educação (MEC), as “taxas de insucesso”, como a de abandono, “aumentam em sincronia com o acúmulo de fracassos experimentados ao longo da trajetória escolar. Naturalmente, alunos que experimentam sucessivos fracassos tendem a ter mais dificuldades na sua trajetória escolar, que se refletem no desestímulo ao longo do ano letivo”, respondeu a pasta por meio de nota.

Priscila aponta que não só as taxas de reprovação e abandono são maiores no segundo ciclo do ensino fundamental. Os indicadores de qualidade, como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), também registram piores resultados nessa fase. Para ela, isso é sinal de que as políticas educacionais deveriam prestar mais atenção às séries do 6º ao 9° ano, que coincidem com um período de mudança na vida do aluno, dos 11 aos 14 anos de idade.

“Na segunda etapa do ensino fundamental, o aluno não é nem a criança do primeiro ciclo, que está aprendendo a ler, nem o jovem do ensino médio, que está se preparando para o mercado de trabalho. Falta uma identidade. Precisamos de projeto que olhe para esse meio porque a trajetória escolar é cumulativa. É preciso cuidar de todas as séries”, pondera.

Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Dilma e ministros debatem posicionamento sobre Código Florestal


Os possíveis vetos ao novo texto do Código Florestal foram tema de reunião que a presidente Dilma Rousseff teve até por volta das 19h30 deste sábado (19) com vários ministros, no Palácio da Alvorada. Ao longo da semana, Dilma e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, já haviam se reunido três vezes para tratar do tema.

A presidente Dilma tem até o dia 25 deste mês para sancionar ou vetar – parcial ou totalmente – o texto do novo Código Florestal, aprovado pela Câmara dos Deputados. O texto do Congresso Nacional chegou à Casa Civil no último dia 7.

Na reunião de ontem no Palácio da Alvorada estiveram presentes as ministras do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; da Comunicação Social, Helena Chagas; e os ministros Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário; Mendes Ribeiro, da Agricultura; e Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União.

O texto do novo Código Florestal aprovado pelos deputados desagradou ambientalistas e não era a versão que o Palácio do Planalto esperava aprovar. Durante a tramitação no Senado, o governo conseguiu chegar a um texto mais equilibrado, mas a bancada ruralista na Câmara alterou o projeto e voltou a incluir pontos controversos.

Entre os pontos polêmicos da nova redação da lei florestal está, por exemplo, a possibilidade de anistia a quem desmatou ilegalmente e a redução dos parâmetros de proteção de áreas de preservação permanente (APPs).

O veto presidencial pode ocorrer por razões políticas, quando o projeto ou parte dele é considerado contrário ao interesse nacional, ou por motivos jurídicos, quando o texto ou parte dele for inconstitucional. O veto é analisado pelo Congresso Nacional e pode ser derrubado se houver maioria absoluta no Senado e na Câmara.

Fonte: Agência Brasil

Minas Gerais: Documentos provam ação de torturadores e assassinos

Parte da história de mineiros que desapareceram durante a ditadura veio à tona a partir de 138 documentos inéditos obtidos pelo jornal Hoje em Dia. O material, que será remetido à Comissão da Verdade, também será apresentado ao Ministério Público Federal em Minas a fim de corroborar com as investigações referentes à morte de cinco mineiros, ocorridas entre 1969 e 1979, e um desaparecimento, em 1975.

O acervo foi reunido nos últimos anos pelo assessor especial da Comissão da Verdade da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas, Betinho Duarte.

A abertura das ações civis públicas pela procuradoria de Direitos do Cidadão foi motivada pela morte do ex-sargento da Aeronáutica e militante do Comando de Libertação Nacional (Colina) João Lucas Alves em 1969. Na época, as autoridades divulgaram que o mineiro teria pulado da janela de uma delegacia de Belo Horizonte, mas essa versão é contestada em cartas de amigos e familiares e depoimentos inéditos de colegas de guerrilha de Alves. 

Um dos documentos que será entregue ao MPF traz declarações do exilado mineiro Angelo Pezzuti, morto em 1975, contando detalhes das torturas sofridas pelo colega João Lucas Alves e do encontro que teve com ele depois de preso. Ele também cita fotografias onde Alves aparece machucado e com ossos quebrados. No relato, Pezzuti aponta os nomes dos torturadores que atuavam na delegacia de Furtos e Roubos da capital.

Outro caso que também está sendo investigado pelo MPF é o da morte de Therezinha Viana de Assis. Ela foi encontrada agonizando na porta de seu apartamento em Amsterdã, na Holanda, onde foi exilada. Sua irmã Selma Viana de Assis enviou a Betinho Duarte uma carta contando sobre os últimos meses de vida de Terezinha. De acordo com a irmã, ela vinha sofrendo ameaças de morte e que seu apartamento havia sido invadido. 

Oficialmente, as autoridades declararam que ela se suicidara. Também foram encaminhados documentos pessoais como carteira de identidade, diploma de graduação em ciências econômicas e postais.

Cartas trocadas entre mães e filhos também serão entregues por Betinho ao MPF com o objetivo de que outros inquéritos sejam abertos para a investigar as mortes dos mineiros. “Vou entregar tudo, pois existem casos contundentes que merecem ser investigados.

“Também vamos lutar para que o MPF mineiro instale um grupo de trabalho de Justiça de Transição, como já existe no Rio, pois todos os casos em Minas estão parados. Não sei de uma pessoa que foi convocada para depor”, denunciou. O Hoje em Dia não conseguiu contato com a promotora Silmara Goulart, responsável pela promotoria.

Fonte: jornal Hoje em Dia